sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Jatene destaca no TCU importância das Unidades de Conservação.

Também foi apresentado o resultado da auditoria realizada pelo TCU em conjunto com os tribunais de contas dos nove estados que compõe a Amazônia Legal:

22/11/2013 - 08:29 - Pará
O governador Simão Jatene apresentou ontem na sede do Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília, as políticas bem sucedidas do Pará no combate ao desmatamento da floresta amazônica. Durante o evento que debateu os avanços após a criação das Unidades de Conservação (UCs) na região e a eficiência desse mecanismo atualmente, Jatene ponderou de que elas foram fundamentais para conter o "império da grilagem e a explosão do desmatamento no Estado". "As Unidades de Conservação retiraram a matéria-prima do grileiro, que é a expectativa de direito. Ao retirar essa expectativa, se travou o movimento de desmatamento, de ocupação de novas áreas. Foi exatamente isso que fizemos em 2005, quando criamos o Macrozoneamento Econômico Ecológico do Estado do Pará, e definimos que 65% das áreas do Estado seriam destinadas a unidades de conservação. Logo em seguida, em 2006, de uma só tacada, nós criamos 15 milhões de hectares de áreas de conservação - a maior área de conservação de floresta tropical do planeta", disse, completando, em seguida, que atualmente a área protegida do Estado é de 56%. 


Jatene começou a sua apresentação lembrando que o movimento desenfreado de desmatamento no Estado começou na década de 70, quando o governo militar da época, estimulou a povoação do interior do Estado, condicionando a propriedade da terra ao desmatamento de metade da área. "Mudaram a lógica do pensar sobre a Amazônia. Até aí a Amazônia era apoiada na questão do extrativismo. O que valia não era a terra em si. A coisa mais valiosa era a floresta. Com a intensificação da ocupação nos anos 70, essa lógica mudou e se começou a valorizar a terra e não a cobertura dessa terra, que era a base da economia até então. Cometeu-se um equívoco: associar a propriedade da terra ao desmatamento. A ideia de terra produtiva não era mais de utilização, mas simplesmente a questão de ter que desmatar 50% da área. Isso acabou criando uma lógica perversa das pessoas terem que desmatar para poderem assumir a propriedade", explicou.

Conforme o governador, a lógica atual é completamente diversa e cada vez mais a sociedade tem consciência de que a floresta em pé tem maior valor do que desmatada. "Criar uma unidade de conservação não é engessar a produção, é, simplesmente, mudar a forma de organização da produção. Por outro lado, é importante que se diga, que no caso do Pará nós temos em torno de 30 milhões de hectares de áreas antropizadas, sendo quase de 20 milhões disso para cabeças de gado e cerca de um milhão e meio de hectares de áreas ligadas a agricultura. Então, nós precisamos é melhorar a qualidade do uso da terra", afirmou, comentando sobre a importância de políticas públicas que busquem o envolvimento da sociedade local, como o Programa Municípios Verdes, que visa fortalecer as atividades econômicas sustentáveis.

"Os mecanismos de comando e controle, de repressão só devem ser utilizados marginalmente, ou seja, só episodicamente e absolutamente quando necessário. A forma de nós reduzirmos o desmatamento é através de programas como o Municípios Verdes, que envolve a sociedade local e que dá o protagonismo de construção de uma outra sociedade, exatamente, para essas comunidades locais", concluiu.

Auditoria

Durante o debate, também foi apresentado o resultado da auditoria realizada pelo TCU em conjunto com os tribunais de contas dos nove estados que compõe a Amazônia Legal, que revela que as UCs da região não têm, atualmente, as condições necessárias para exploração de todo o seu potencial. Foi detectado que apenas 4% das unidades de conservação na Amazônia têm um grau avançado de implementação que permita uma plena atuação desses institutos. As UCs são espaços protegidos por possuírem características naturais relevantes. Na Amazônia, têm papel importante na redução do desmatamento e na diminuição da emissão de gases do efeito estufa, entre outros benefícios ao meio ambiente. Também possuem potencial de desenvolvimento econômico, de geração de emprego e de melhoria da qualidade de vida de populações próximas a elas.

Menos da metade (40%) das UCs possuem planos de manejo, documento que define os planos específicos para cada área da unidade e as normas para funcionamento delas. Também há subaproveitamento econômico, pois o turismo nessas unidades é baixo e não há exploração sustentável. Outros problemas, como falta de recursos financeiros e humanos, pouca divulgação e falhas de governança impedem a utilização plena dessas áreas. Um dos resultados da auditoria é um mapa georreferenciado que mostra o nível de implementação de cada uma das unidades de conservação, construído com base nos indicadores avaliados pelos tribunais de contas.

O TCU recomendou ao Ministério do Meio Ambiente e ao Instituto Chico Mendes (ICMBio) ações que permitam a melhor utilização das 247 Unidades de Conservação (UCs) federais e estaduais do Bioma Amazônia. Os órgãos devem divulgar e difundir o conhecimento sobre as áreas para a sociedade, além de aumentar o aproveitamento econômico das regiões e fornecer condições para que elas atinjam os objetivos pretendidos. Com as ações recomendadas pelo TCU, espera-se que as Unidades de Conservação da Amazônia possam aproveitar todo o potencial que possuem. A auditoria envolveu os tribunais de contas dos estados da região norte, do Maranhão e do Mato Grosso, estados englobados pela Amazônia Legal.
http://noticias.orm.com.br/noticia.asp?id=686533&|Jatene+destaca+no+TCU+import%C3%A2ncia+das+Unidades+de+Conserva%C3%A7%C3%A3o#.Uo-GOSL0qCk
 

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