segunda-feira, 21 de julho de 2014

Cidades e empresas farão ‘rodízio’ de captação de água de rios em São Paulo:

O Consórcio PCJ, que agrega 43 cidades e 31 empresas que utilizam as bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, que abastece o Sistema Cantareira, em São Paulo, organizou e deve implementar uma escala para captação de água. A intenção é impedir que os setores industrial, urbano e rural façam a coleta no mesmo horário, o que pode baixar ainda mais nível dos rios.
Dessa forma, haverá horários de captação diferentes para todas as categorias de usuários. A intenção é que as cidades e empresas que possuam outorga captem água em momentos diferentes, o que irá evitar retiradas em volume maior que os mananciais podem suportar.

 
“O uso intercalado que estamos propondo vai evitar o que está acontecendo hoje, quando o volume de água que chega na calha do rio é exatamente o que o município vai captar. Se ele fizer 100%, quem ficar rio abaixo não terá mais água”, disse o diretor do Consórcio PCJ, Francisco Lahoz.
Segundo o Consórcio PCJ, a determinação foi encaminhada para os consorciados.
O anúncio formal e os detalhes sobre o funcionamento do sistema serão divulgados na próxima semana.
O consórcio afirmou, ainda, que, com a ação, poderá haver menos utilização das águas dos reservatórios do Sistema Cantareira, o que pode prolongar a capacidade de abastecimento do manancial.
“Do contrário, teríamos que abrir cada vez mais as comportas do Cantareira”, disse. 
21/07/2014 - Mais: Ambiente Brasil

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Califórnia vai aplicar multa de R$ 1.200 por dia para quem desperdiçar água:

DLegisladores da Califórnia, nos Estados Unidos, aprovaram na noite de terça-feira (15) a aplicação de uma multa diária de US$ 500 (cerca de R$ 1.200) para moradores que desperdiçarem água. O Estado enfrenta a pior seca de sua história.
A penalidade vale para pessoas que forem flagradas regando jardins e lavando o carro ou a calçada com mangueiras que não tenham sistema de fechamento no bico.
Fontes decorativas que utilizem água tratada também são enquadradas pela lei, que determina que estes equipamentos operem com circulação e reutilização de água.


“Esperamos que os californianos pelo menos não desperdicem água”, afirmou Felicia Marcus, do Comitê de Controle de Recursos Hídricos. “Muitas comunidades estão passando por momentos difíceis no Estado, o mínimo que podemos fazer é não gastar água potável regando jardins”.
A regulamentação não se aplica ao uso da água no interior das residências, apesar de alguns municípios da Califórnia terem imposto metas de redução para a população.
As agências locais de fornecimento de água que não fiscalizarem e divulgarem a nova lei podem ser multadas em US$ 10 mil (cerca de R$ 23 mil) por dia.
17/07/2014 - Mais: Ambiente Brasil

MMA inicia elaboração da Carta das Águas Subterrâneas do Paraná:

O Paraná terá, em 2015, a Carta das Águas Subterrâneas do estado. O Ministério do Meio Ambiente contratou uma consultoria para a elaboração do documento no âmbito do projeto Interáguas (acordo de empréstimo com o Banco Mundial), e conta com a parceria de órgãos estaduais, em especial o Instituto das Águas do Paraná, vinculado à Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. A perspectiva é que o projeto seja concluído em 10 meses e seu custo está estimado em aproximadamente R$ 1 milhão.
O trabalho visa o aprimoramento do conjunto de dados e informações sobre os principais sistemas aquíferos presentes no Paraná. Embora mais protegidos, esses sistemas não estão livres da poluição e contaminação pelas diversas atividades realizadas pelo uso e ocupação do ambiente. “O aproveitamento das águas subterrâneas deve ser apoiado por um planejamento técnico criterioso, com base no conhecimento de cada ambiente onde se localizam e das condições de circulação”, explica o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, Ney Maranhão. 


Conhecimento - Ao considerar a dominialidade das águas subterrâneas que constitucionalmente é dos Estados, destaca-se, em âmbito federal, as ações previstas no Programa Nacional de Águas Subterrâneas – Programa VIII do Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), e na Agenda de Águas Subterrâneas da Agência Nacional de Águas. Tais iniciativas têm como objetivo a ampliação do conhecimento hidrogeológico, o desenvolvimento da base legal e institucional para a gestão adequada das águas, considerando o princípio da gestão sistêmica, integrada e participativa.
17/07/2014 - Mais: Ambiente Brasil

quarta-feira, 16 de julho de 2014

O saldo de 42 anos de desastres naturais é de assustar:

Não, as mudanças climáticas não são um problema futuro. Secas, enchentes, furacões, incêndios e temperaturas extremas estão em ascensão em todo o mundo, causando perda de vidas e atrasando o desenvolvimento econômico e social por anos, se não décadas. Os números estão aí para provar.
De 1970 a 2012, 8.835 desastres naturais causaram cerca de 1,94 milhão de mortes e danos econômicos de 2,3 trilhões de dólares globalmente, quase um Brasil em PIB, aponta um novo estudo da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
O Atlas de Mortalidade e Perdas Econômicas ligadas a extremos do clima e desastres relacionados à água descreve a distribuição e os impactos das catástrofes naturais ao longo de quatro décadas.
Efeitos reais – Tempestades e inundações foram responsáveis por 79% do número total de desastres, causando 55% das mortes e 86% de perdas econômicas no período, de acordo com o Atlas.
Já as secas causaram 35% das mortes, principalmente devido às severas secas africanas de 1975 e 1983-1984.


O relatório destacou a importância de informações históricas georreferenciadas sobre mortes e danos para estimar os riscos antes de ocorrer o próximo desastre.
Essas informações podem apoiar decisões práticas na redução dos impactos, a partir, por exemplo, da melhoria dos sistemas de alerta precoces, do reforço da infraestrutura para situações críticas ou da reformulação das regras para novas construções.
O Atlas também fornece detalhes sobre as catástrofes a nível regional.
16/07/2014 - Mais: Ambiente Brasil

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Pegada Hídrica: indicador incentiva o consumo responsável da água:


Você deve saber que o Estresse hídrico já afeta nosso planeta. A maioria da água é usada na produção agrícola, como você pode conferir em Irrigação é responsável pelo consumo de 72% da água no Brasil, mas o volume de água consumida e poluída também é grande na indústria e nos lares do mundo todo.

Para quantificar o consumo e enxergarmos como utilizamos os recursos hídricos, a organização internacional sem fins lucrativos Water Footprint, criou o conceito Pegada Hídrica que quantifica a água usada ao longo de todo ciclo de uso em diferentes contextos. O conceito existe desde 2002, quando surgiu em Delf, na Holanda, inspirado na Pegada Ecológica, introduzida por William Rees e Matthis Wackemagel.
 
 

A pegada hídrica pode ser considerada como um indicador abrangente da apropriação de recursos hídricos, ao conceito tradicional e restrito de captação de água. Mostra os volumes de consumo de água por fonte e os volumes de poluição pelo tipo de poluição. Ela é medida em três tipos: pegada hídrica azul de um produto que refere-se ao consumo de água azul (superficial e subterrânea) ao longo de sua cadeia produtiva. A pegada hídrica verde que refere-se ao consumo de água verde (água de chuva, desde que não escoe). A pegada hídrica cinza refere-se à poluição e é definida como o volume de água doce necessário para assimilar a carga de poluentes, a partir de concentrações naturais e de padrões de qualidade da água existentes.

As aplicações do conceito da pegada hídrica podem ser categorizados como: estudos globais, nacionais, regionais e de bacias hidrográficas, estudos de produtos gerais e de empresas. Poucos estudos abordam todas as fases de avaliação da pegada hídrica, a maioria dos estudos apresenta foco maior ou total na fase de contabilização da pegada hídrica. O principal desafio com relação aos estudos futuros é abordar também as fases de avaliação de sustentabilidade e de formulação de respostas/ações.
11/07/2014 - Mais: Tera Ambiental  WWF Brasil

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Relatório aponta que é possível ‘descarbonizar’ o mundo até 2050:

Algo de concreto na mesa de negociações sobre as mudanças climáticas: um relatório, entregue nesta terça-feira (8) ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, mostra pela primeira vez como 15 dos países mais poluidores, entre eles a China e os Estados Unidos, podem se “descarbonizar”, ou seja, reduzir a concentração de carbono de suas atividades, até 2050.
A comunidade internacional estabeleceu como meta limitar o aquecimento a 2°C para evitar os efeitos catastróficos das mudanças no clima, mas “muito poucos países levaram a sério o que isto implica”, destacou o Projeto de Diretrizes de Descarbonização Profunda (DDPP) em seu primeiro informe.


Os esforços atuais de redução dos gases de efeito estufa, entre os quais o dióxido de carbono (CO2) respondem por 76%, são muito marginais. Para respeitar este teto de 2°C, além do qual há um risco extremo para o futuro do bem-estar da humanidade, falta uma “transformação profunda dos sistemas energéticos e de produção, da indústria, da agricultura…”, insistiu o informe.
Além disso, trinta instituições e grupos de pesquisa de Brasil, África do Sul, Austrália, Alemanha, Canadá, China, Coreia do Sul, França, EUA, Índia, Indonésia, Japão, México, Reino Unido e Rússia, que respondem por mais de 75% das emissões de gases de efeito estufa do mundo, se revezaram no desafio de responder à seguinte pergunta: o que falta fazer para em 2050 termos uma chance de estar a caminho da trajetória de 2ºC, sem emitir mais que 1,6 tonelada de CO2, em média, por pessoa, contra 5,2 toneladas, hoje?
Esta iniciativa, do Instituto do Desenvolvimento Sustentável (Iddri) e da Rede de Soluções do Desenvolvimento Sustentável, criada pela ONU, com vistas a apresentar cenários ambiciosos na mesa, esperando desta forma erguer o nível das ambições para a conferência do clima, em Paris, que deve conduzir a um acordo de redução dos gases-estufa envolvendo todos os países.
10/07/2014 - Mais: Ambiente Brasil

quarta-feira, 9 de julho de 2014

China cria tribunal ambiental para conter poluição no país:

A Suprema Corte chinesa anunciou a criação de um tribunal especial para lidar com casos ambientais, uma medida tomada em um momento em que Pequim faz pressão para impulsionar sua agenda verde diante do descontentamento do público com o aumento da poluição.
Três décadas de uma expansão rápida e desenfreada tiveram um alto preço ambiental para o país e os líderes comunistas têm se preocupado com o número crescente de protestos relacionados com o tema.
Estudos recentes revelaram uma estimativa de que cerca de dois terços do solo chinês estariam contaminados e que 60% da água subterrânea também estariam impróprias para o consumo. Enquanto isso, moradores de cidades como Pequim e Xangai, costumam ser confrontados com níveis perigosos de “smog”, neblina misturada à poluição atmosférica.
O primeiro-ministro Li Keqiang anunciou, em março, que Pequim estava “declarando guerra” à poluição e uma série de medidas foi anunciada, mas ainda há questões fora do alcance da lei.



Proteção dos direitos – O tribunal, que terá equivalentes locais, receberá casos relativos à poluição do ar, da água e do solo, bem como à proteção de recursos minerais e naturais, como florestas e rios, escreveu em um comunicado Sun Jungong, porta-voz da Suprema Corte do Povo.
Seu estabelecimento “terá um impacto positivo e profundo na proteção dos direitos e interesses ambientais do povo, evitando a deterioração futura do ambiente e melhorando a imagem internacional da China relativa à proteção ambiental”.
A medida se seguiu a uma emenda, aprovada em abril, à lei de proteção ambiental chinesa – a primeira em 25 anos -, que impõe penalidades mais severas e garante que os violadores serão “nomeados e desonrados”.
Mas responsabilizar legalmente os poluidores demonstrou ser difícil em um país onde governos locais costumam se concentrar no crescimento motriz. Entre 2011 e 2013, menos de 30 mil casos ambientais foram acolhidos ao ano nas cortes chinesas de uma média anual de 11 milhões de casos, informou Zheng.
09/07/014 - Mais: Ambiente Brasil

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Como a Costa Rica virou um fenômeno verde mundial:

Não é só no futebol que a Costa Rica surpreende. Com inovação, planejamento e boa gestão, este pequeno país da América Central mandou para escanteio uma das maiores taxas de desmatamento do mundo, transformando-se em exemplo de conservação ambiental e disputado destino de ecoturismo.
Na década de 70, quase 80% da cobertura florestal da Costa Rica havia praticamente desaparecido para dar espaço à criação de gado para produção de carne bovina, que tinha como principal comprador (e financiador) os Estados Unidos.
Mas isso é passado. Atualmente, mais da metade da cobertura florestal existente no país encontra-se sob a proteção de parques nacionais, reservas biológicas, ou refúgios de vida silvestre.
A vitória nessa seara só foi possível graças aos esforços do governo e da sociedade nos últimos 20 anos, a começar pela implementação de um programa de pagamento por serviços ambientais (PES).
Remunerar produtores rurais familiares e comunidades tradicionais, com o objetivo de incentivar uma mudança de comportamento para conservação da natureza, é o cerne do pagamento por serviços ambientais.
Instituído na Lei de Florestas da Costa Rica, em 1996, o programa é financiado por um imposto de energia, principalmente sobre combustíveis fósseis.
Este programa formou a base para o protagonismo do país no programa REDD+, mecanismo que busca reconhecer a contribuição das florestas em mitigar mudanças climáticas através do sequestro de carbono.
Além da fotossíntese, que captura o gás carbônico (CO2) da atmosfera, as plantas e árvores ajudam a fixar o carbono no solo. Quando são derrubadas, este carbono no subsolo é liberado.

07/07/2014 - Mais: Ambiente Brasil

sexta-feira, 4 de julho de 2014

ONG alerta para inundações causadas pela ação do homem em Brasil, Paraguai e Argentina:

O desmatamento para o cultivo de soja e as represas são os culpados pelas mais recentes inundações que assolam Brasil, Paraguai e Argentina, com cerca de 700.000 pessoas afetadas, denunciou nesta quarta-feira a Fundação Vida Silvestre, em Buenos Aires.
“Os desastres naturais registrados no último mês são fruto da ampliação da fronteira agropecuária, da transformação de florestas em terra para o monocultivo e da construção de hidrelétricas”, afirmou a organização em um comunicado.
As cheias dos rios Paraná, Paraguai e Iguaçu deixaram 11 mortos e cerca de 700.000 afetados, principalmente em áreas ribeirinhas. Nesta quarta, as águas chegaram à capital paraguaia, Assunção.
Nos últimos anos, nos três países, foi registrado o desmatamento de milhares de hectares para o cultivo de soja, que se transformou no “ouro verde” da região.
“O desmatamento das margens de grandes rios e de córregos no Alto Paraná para o monocultivo, principalmente de soja no Brasil e no Paraguai, fazem com que a terra perca sua capacidade de absorção e a água da chuva arraste sedimentos diretamente para os cursos d’água”, indicou a organização conservacionista.


A esse fenômeno se soma “a existência de várias represas sobre os cursos d’água, em sua maioria em território brasileiro, que alteram o regime hídrico dos rios”, segundo a fundação.
04/07/2014 - Mais: Ambiente Brasil

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Água: mais um item escasso na Venezuela:

“Tomara que chova, meu santo Deus, tomara que chova!”, exclama Carmen Coronado, uma empregada doméstica que guarda o lugar em uma longa fila em frente a uma bomba que canaliza a água que desce das montanhas do morro Ávila, que cerca Caracas.
Ela está entre os seis milhões de habitantes da metrópole venezuelana que há dois meses sofrem um severo racionamento de água em um país de grandes reservas hídricas, entre as quais o rio Orinoco, um dos de maior vazão da América.



Mas a temporada de seis meses de chuvas que deve começar em maio demorou pelo segundo ano seguido, colocando em condições críticas as represas que abastecem a cidade.
O governo fala de uma das maiores secas da História. Especialistas e opinião pública denunciam a falta de previsão.
Nas ladeiras do morro Ávila ou Waraira Repano, seu nome indígena, há torneiras que captam água dos lençóis subterrâneos. É dia útil. Os adultos deveriam estar no trabalho, as crianças na escolas… Mas a falta d’água pode mais.
02/06/2014 - Mais: Ambiente Brasil

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Amazônia Legal estará toda mapeada até 2017, informa órgão:

O projeto de mapeamento da Amazônia Legal está em andamento e deve ser concluído até 2017, segundo o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), que coordena as operações. Cerca de 55 mil quilômetros quadrados (km²) de hidrovias navegáveis e 1,2 milhão de km² terrestres já foram cartografados.
O Projeto Cartografia da Amazônia foi lançado em 2008 e visa a atualizar e concluir as cartografias terrestre, geológica e náutica dos 35% da Região da Amazônia sem informações na escala de 1:100.000, que são mais detalhadas. Dos 5,2 milhões de km² da Amazônia Legal, 1,8 milhão de km² não tinham informações cartográficas nessa escala.
Mais importante que a base estruturante da cartografia são os desdobramentos temáticos para as instituições, órgãos e municípios da região, avalia o diretor de Produtos do Censipam, Péricles Cardim. “Traduzir as informações dos mapas e pegar todo o montante desse conhecimento para subsidiar o poder decisório de outros órgãos era o que faltava na Amazônia”, disse.


O Projeto Cartografia da Amazônia tem como executores a Marinha, o Exército, a Aeronáutica e o Serviço Geológico do Brasil (CPRM). O orçamento total é de R$ 350 milhões. (Fonte: Agência Brasil)

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Quase metade dos ecossistemas de água doce europeus estaria ameaçada:

Quase a metade dos rios e outros cursos d’água da Europa continental estariam ameaçados por poluentes químicos, como pesticidas e outras substâncias industriais, de acordo com um estudo publicado esta segunda-feira nos Estados Unidos.
Esta pesquisa se baseia em uma análise de dados dos serviços governamentais de vigilância, proveniente de 4.000 pontos da União Europeia, explicaram os cientistas, que tiveram os trabalhos foram publicados nos Anais da Academia Americana de Ciências (PNAS).
Eles afirmaram que os riscos reais são “provavelmente sub-avaliados”, em vista das limitações dos programas de vigilância das agências governamentais em diferentes países.
“A maioria dos cursos d’água e rios está ecologicamente afetada ou ameaçada pela grande perda da biodiversidade”, o que deixou em alerta os autores do estudo, entre os quais Egina Malaj, do Centro Helmholtz de pesquisas ambientais em Leipzig, Alemanha.

Os cientistas concluíram que os pesticidas, os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAP), os materiais ignífugos (anti-incêndio) à base de bromo, os anti-sujeira contida em tintas, assim como o tributiletano, os pesticidas de proteção de madeira, são substâncias químicas que representam o maior risco para estes ecossistemas aquáticos, entre as 223 substâncias estudadas nos 4.000 locais de estudo.
Os autores determinaram que estes produtos químicos provavelmente foram fatais para diferentes organismos destes rios e outros cursos d’água em 14% dos locais controlados e provocaram efeitos nefastos crônicos em 42% destes últimos.
Em nível regional, as bacias fluviais do norte da Europa mais industrializadas apresentam um risco de poluição química claramente mais elevada do que no sul do continente.
Na avaliação dos autores, os resultados exigem medidas de proteção ambiental estendidas a fim de minimizar esta poluição por substâncias químicas orgânicas. (Fonte: Terra)
18/06/2014 - Mais: Ambiente Brasil

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Um dia dedicado às ações positivas pelo meio ambiente:

 Dia Mundial do Meio Ambiente (DMMA)

O Dia Mundial do Meio Ambiente (DMMA) é o principal veículo das Nações Unidas dedicado a estimular ação e conscientização global em prol do meio ambiente. A data tem crescido e se tornado uma importante plataforma pública, celebrada amplamente por partes interessadas em mais de 100 países. Também serve como o “dia das pessoas” para tomar uma atitude pelo meio ambiente, estimulando ações individuais ou coletivas que causem um impacto positivo no planeta.
Em apoio à designação pela ONU de 2014 como o Ano Internacional dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, o Dia Mundial do Meio Ambiente deste ano usará o mesmo tema, com um foco especial na questão da mudança do clima.
O nosso objetivo é levar o tema à boca do povo, antecipando a Terceira Conferencia International sobre os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, que será realizada em setembro em Samoa, e estimular um maior entendimento da importância dessas ilhas e da urgência de protegê-las, tendo em vista seus riscos e vulnerabilidades, particularmente em relação à mudança do clima. Acreditamos que o DMMA será uma excelente oportunidade para incentivar solidariedade pelas ilhas. 

"O Planeta Terra é a ilha compartilhada por todos nós. Devemos nos unir para protegê-la."

Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon, durante o lançamento do Ano Internacional dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento.

Cada ação conta:

O Dia Mundial do Meio Ambiente é uma chance para fazer as pessoas perceberem que são responsáveis pelo planeta Terra e que podem se tornar agentes da mudança.
O DMMA de 2013 gerou uma cobertura global ampla que contou com cerca de 200.000 postagens em blogs e 26.000 artigos publicados para o Dia Mundial do Meio Ambiente entre 1 e 10 de junho. Nossos vídeos foram assistidos por aproximadamente 120 milhões de pessoas pelas telas digitais na Times Square em Nova York, na Picadilly em Londres, e nas lojas Benetton (Live Windows) em Milão, Londres, Munique, Barcelona e Almaty. Nas redes sociais, o Twitter somou 200 milhões de usuários ativos e o Dia Mundial do Meio Ambiente esteve entre os Top 10 assuntos mais falados do dia em ao menos 15 países, com uma estimativa de 47.6 milhões de impressões no dia 5 de junho. 


Registre hoje a sua atividade e faça parte!

O que você vai fazer no Dia Mundial do Meio Ambiente? Este ano, o tema nos leva a reconhecer que todos nós enfrentamos os mesmos desafios e estamos conectados e unidos por um objetivo comum de uma vida próspera e sustentável no planeta Terra. Devemos falar mais alto em solidariedade um pelo outro e, particularmente, pelos cidadãos dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento.

Celebre o Dia Mundial do Meio Ambiente! Seja organizando campanhas para a limpeza da sua rua ou promovendo iniciativas pela redução do desperdício de alimentos, dias sem carro, diminuição do uso de plástico, exibições de arte, movimentos de plantio de árvores, shows, recitais e apresentações de dança, iniciativas de reciclagem, campanhas online e competições — toda ação conta. Quando multiplicada por uma comunidade global, o impacto de nossas vozes e ações individuais se tornam exponenciais.
05/06/2014 - Fonte (PNUMA) Mais: UNEP

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Escassez de recursos hídricos desafia modelos tradicionais de gestão:

Escassez de recursos hídricos 
 Para o CDP, gestão de riscos associados à água requer revisão dos processos produtivos e do modelo de negócio. A água é uma das questões mais urgentes que o mundo enfrenta hoje. As projeções da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que, em 2050, mais de 45% da população mundial estará vivendo em países que não poderão garantir a cota diária mínima de 50 litros de água por pessoa. Na semana em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), o CDP - organização internacional sem fins lucrativos que provê um sistema global único para que as empresas e cidades compartilhem informações vitais sobre o meio ambiente - destaca a importância da gestão eficiente como solução para alcançar a segurança do recurso natural vital à população e à economia.

O Brasil é um excelente exemplo de uma região onde a tensões em torno da água não são apenas uma consequência da escassez crônica ou secas prolongadas. São também resultado de gestão insustentável da água e poluição agrícola ou industrial dos recursos hídricos. Os problemas de escassez de água são mistura de crescimento excessivo e sem planejamento de população, industrialização, urbanização e agricultura, além de degradação da qualidade da água. As empresas brasileiras devem considerar a responsabilidade que tem de tratar da questão com a importância estratégica que merece e assumir a liderança. Até porque, água é crucial para a economia.

Todas as indústrias, desde agricultura ao turismo dependem do recurso para manter seus negócios. Para fabricar cada quilo de aço são necessários 600 litros de água. Um litro de cerveja precisa de três a quatro litros. Para se fazer uma folha de papel sulfite se gasta 380 litros. Mensurar o capital natural é fundamental para construir estabilidade econômica e garantir prosperidade. As empresas que transformam seus negócios e trabalham para preservar os recursos hídricos têm o potencial, tanto em curto como em longo prazo, de reduzir custos, gerar receita sustentável e tornar-se mais duradouras.

Para abordar especificamente a questão da água, o CDP lançou, em 2010, um programa para questionar as empresas sobre suas ações relacionadas à identificação e gestão de riscos relacionados ao uso de água. Em 2013, 1.036 das maiores empresas do mundo de setores com o maior potencial de impactar ou ser impactada por questões relacionadas a recursos hídricos, receberam o questionário do CDP. O número de investidores em todo o mundo solicitando, por meio dos questionários do CDP, mais transparência das empresas nas questões de gestão da água quadruplicou - foram 137 em 2010 e 573 em 2014. Ao reconhecer que a questão é indicativo de que a empresa planeja sua resiliência em longo prazo, estão promovendo a gestão da água como uma estratégia de redução de riscos aos negócios.


04/06/2014 - Fonte: (FundamentoRP) Mais: MaxPress

terça-feira, 3 de junho de 2014

Mundo está à beira de uma extinção em massa, diz estudo:

Espécies de plantas e animais são extintas mil vezes mais rápido do que acontecia antes dos seres humanos existirem. E o problema não acaba por aí. Segundo cientistas, o mundo está à beira de sua sexta extinção em massa.
Um artigo sobre a pesquisa foi publicado na revista Science. O estudo analisou as taxas de extinção passadas e presentes.
Então, descobriu que a taxa era mais baixa no passado do que o imaginado.
O ritmo de extinção era de uma espécie a cada 10 milhões por ano. Hoje, são de 100 a cada 1000 por ano.
“Estamos à beira da sexta extinção”, disse o biólogo da Universidade de Duke Stuart Pimm, um dos líderes do estudo.
“Se nós vamos conseguir evitar o fenômeno ou não vai depender de nossas ações”.
Segundo os pesquisadores, a combinação de vários fatores fazem as espécies desaparecerem muito mais rápido do que antes. A principal é a perda de habitat.
Isso significa que as espécies não encontram lugar onde viver por causa das alterações feitas pelos humanos no meio ambiente.
Há também outros fatores, como as mudanças climáticas, que interferem nos locais onde as espécies podem sobreviver.
O sagui é um bom exemplo. Seu habitat diminuiu por causa do desenvolvimento do Brasil. Agora, ele está na lista internacional das espécies vulneráveis.
O tubarão branco também costumava ser um dos predadores mais abundantes na Terra. Mas a espécie foi tão caçada que agora são raramente é encontrada.
Até agora, a grande maioria da vida do mundo acabou cinco vezes nas chamadas extinções em massa, muitas vezes associadas com ataques de meteoritos gigantes.
Cerca de 66 milhões de anos atrás, um dessas extinções matou os dinossauros e três em cada quatro espécies na Terra. Cerca de 252 milhões anos atrás, um evento apagou cerca de 90% das espécies do mundo.
Mas os cientistas envolvidos no estudo acreditam que há esperança. O uso de smartphones e aplicativos podem ajudar pessoas comuns e biólogos em busca de espécies em perigo.
Uma vez que os biólogos sabem onde espécies ameaçadas de extinção estão eles podem tentar salvar habitats e usar a reprodução em cativeiro e outras técnicas para salvá-las. (Fonte: Info Online) Mais: Ambiente Brasil

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Projeto avalia impacto de humanos em florestas tropicais:

Impacto antropológico...

Entender como a crescente ocupação da floresta tropical pelo homem poderá impactar a biodiversidade, os serviços ecossistêmicos e o clima local e global é o principal objetivo do Projeto Temático “ECOFOR: Biodiversidade e funcionamento de ecossistemas em áreas alteradas pelo homem nas Florestas Amazônica e Atlântica”, que reúne mais de 40 pesquisadores brasileiros e britânicos.

A pesquisa é realizada no âmbito do programa de pesquisa colaborativa “Human Modified Tropical Forests (Florestas Tropicais Modificadas pelo Homem)”, lançado em 2012 pela FAPESP e pelo Natural Environment Research Council (NERC), um dos Conselhos de Pesquisa do Reino Unido (RCUK, na sigla em inglês).
A equipe, formada por 16 pesquisadores sêniores, seis pós-doutorandos, 12 colaboradores e nove estudantes, esteve reunida pela primeira vez entre os dias 26 e 29 de março na cidade de São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba (SP).
“Nessa primeira reunião, definimos detalhadamente os protocolos de trabalho. A ideia é que todos os dados sejam gerados com a mesma metodologia, de forma que seja possível integrá-los em um modelo do impacto da fragmentação sobre a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos.
Foi o grande pontapé inicial do projeto”, contou Carlos Alfredo Joly, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenador do Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade (BIOTA-FAPESP).
De acordo com Joly, toda a coleta de dados será realizada no Brasil. A equipe brasileira estará concentrada principalmente em regiões de Mata Atlântica situadas na Serra do Mar e na Serra da Mantiqueira, enquanto a equipe britânica centrará seu foco na Floresta Amazônica. Já a análise e a interpretação dos dados serão feitas de forma compartilhada tanto no Brasil como no Reino Unido.
“A ideia é ampliar significativamente a participação de estudantes brasileiros na pesquisa, que abre um leque de opções para trabalhos de mestrado e doutorado com alta possibilidade de realização de estágios no Reino Unido”, avaliou.
Segundo Jos Barlow, pesquisador da Lancaster University (Reino Unido) e coordenador do projeto ao lado de Joly, alguns estudantes britânicos também planejam fazer pós-doutorado em instituições paulistas.
“Os alunos e pós-doutorandos do Reino Unido vão precisar passar bastante tempo no Brasil, onde será feita toda a coleta de dados. Ou então focar seu trabalho na análise de dados de sensoriamento remoto e sistemas de informações geográficas (SIG). E, claro, os resultados serão publicados em conjunto, com a liderança vinda de ambos os países”, disse.
Malásia – O trabalho de investigação na Floresta Amazônica e na Mata Atlântica correrá em paralelo a outro projeto financiado pelo NERC desde 2009 em Bornéu, na Malásia. Nesse caso, o objetivo é estudar e comparar áreas de floresta primária (bem conservadas), áreas com exploração seletiva de madeira e regiões que sofreram profunda fragmentação.
“Dentro do possível, os dados gerados aqui no Brasil deverão ser comparáveis aos dados gerados na Malásia. Para assegurar essa integração foi estabelecido um comitê que reúne pesquisadores dos dois projetos”, contou Joly.
“Não seguiremos exatamente o mesmo desenho da pesquisa desenvolvida na Malásia, pois aqui temos situações diferentes. Mas os dois projetos visam estudar como as mudanças no uso da terra, que inclui extração de madeira, queimadas e fragmentação do habitat, alteram o funcionamento da floresta tropical, principalmente no que se refere à ciclagem de matéria orgânica e de nutrientes. Também queremos avaliar como essas alterações estão relacionadas com os processos biofísicos, a biodiversidade e o clima”, explicou Simone Aparecida Vieira, pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (Nepam) da Unicamp.
De acordo com Vieira, a equipe brasileira adotou o Parque Estadual da Serra do Mar como uma espécie de “área controle” da pesquisa e os dados lá coletados pelo Projeto Temático Biota Gradiente Funcional serão comparados com as informações oriundas dos fragmentos e das florestas secundárias existentes na região que vai de São Luiz do Paraitinga até a cidade de Extrema, em Minas Gerais.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Cheia do rio Paraguai afeta 75.000 paraguaios:

Cheia do rio Paraguai


A cheia do rio Paraguai afetou 75.000 pessoas em diversos departamentos (estados) do Paraguai, informaram nesta quinta-feira porta-vozes do governo e da Cruz Vermelha.
A maior parte dos afetados foi registrada no departamento de Ñeembucú, na confluência dos rios Paraguai e Paraná, onde o relatório oficial estima em 40.000 o número de vítimas das inundações, disse Germán Amarilla, da Cruz Vermelha.
“Precisamos de comida e água”, disse a jornalistas o líder indígena José Luis Chávez, ao pedir ajuda oficial para sua comunidade inundada pelas águas em Puerto Casado, 600 km ao norte de Assunção.
“Por que o pobre tem que sofrer muito mais para que o direito chegue?”, afirmou o bispo do Chaco, monsenhor Gabriel Escobar, em uma homilia pela festividade de Maria Auxiliadora.
O religioso calculou em 23.000 as pessoas afetadas no Chaco, ao mesmo tempo em que lamentou a falta de apoio. “Temos que pedir migalhas para sobreviver”, denunciou.
Em Assunção, os afetados beiram os 12.000, de acordo com um levantamento feito pelo Conselho Municipal de Emergências e Desastres de Assunção (Comueda).
A diretora da entidade, Nidia López, advertiu que “o nível da água do rio pode aumentar”, em declarações à imprensa.
O nível do Paraguai está em 5,10 metros e não se descarta que alcance os 6 metros este ano.
Ela informou que 2.600 lares foram afetados pelas águas e 400 sofreram danos diversos em zonas mais baixas da capital paraguaia. Outras 60 desabaram por causa das cheias.
Os bairros baixos Bañado Sur e Bañado Norte, onde vivem famílias carentes, são os mais castigados desde abril passado, disse López. (Fonte: Terra)

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Segurança Hídrica no debate Global

Ministra diz que segurança hídrica tem que figurar no debate global...
Durante a abertura do 1º Encontro das Águas de Goiás (Enago), que tem como tema “A água como fator de produção e sustentabilidade”, a ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira chamou atenção, na noite desta quarta-feira (23), em Goiânia, para a importância do tema segurança hídrica: “É um debate global. Todos os países do planeta estão discutindo segurança hídrica. Estamos falando do tripé acesso, qualidade e eficiência”, afirmou. “Se vai discutir água, teremos que discutir cidades. A América Latina, em 2030, terá cerca de 93% de sua população vivendo em cidades. Qualquer modelo de gestão que a gente queira discutir, a questão do meio ambiente urbano estará presente e isso é uma tendência global”.
Na oportunidade, Izabella Teixeira recebeu do vice-governador do estado, José Eliton de Figueiredo, e da secretária de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Goiás, Jackeline Fleury, a Comenda Berço das Águas. Trata-se da maior homenagem do estado de Goiás aos que se destacam na defesa da conservação e preservação dos recursos hídricos e do meio ambiente.
De olho no futuro - O evento traz capacitação e discute a gestão das águas em Goiás, com representantes da comunidade técnico-científica, sociedade civil, agentes públicos, professores, pesquisadores, consultores, empreendedores, estudantes e demais interessados. O debate contribuirá para garantir água em quantidade e qualidade para os usos das atuais e das futuras gerações. “Goiás se apresenta com a maturidade necessária para realizar a gestão das águas de forma integrada e participativa visando tornar nosso crescimento econômico mais perene e sustentável, pois sem a água, fator de produção insubstituível, não estaríamos galgando os níveis de desenvolvimento de hoje e de nosso futuro”, afirmou a secretária Jackeline Fleury. O 1º Enago acontece no Centro de Convenções de Goiânia e termina nesta sexta-feira (25).
A principal finalidade do encontro é apresentar as temáticas mais relevantes para o estado no planejamento e na gestão responsável dos recursos hídricos, contribuindo para enriquecer o debate sobre a sustentabilidade do sistema e o arranjo institucional e legal para implantar a Política Estadual de Recursos Hídricos. Além de promover um debate que permita dirigir o foco sobre problemas específicos de Goiás, sem perder de vista a realidade nacional que emoldura e delimita os rumos da política de recursos hídricos no país.
Goiás possui 246 municípios e tem sua atividade econômica principal ligada ao setor agrário. Os principais usos dos recursos hídricos são: irrigação e uso agropecuário, abastecimento público, turismo, indústria e geração de energia elétrica. Por estar localizado nas cabeceiras de três importantes Regiões Hidrográficas (Tocantins/Araguaia, São Francisco e Paraná), muitas vezes é chamado de “Berço das Águas”. As ações adotadas em Goiás apresentam reflexos importantes em outras regiões do país. “Goiás é, junto com Minas Gerais, a caixa d’água do Brasil, importantes rios brasileiros nascem aqui. A proteção, a criação de áreas protegidas no Cerrado são estratégicas”, alertou Izabella Teixeira.
A ministra aproveitou a oportunidade e fez um chamado à sociedade: “Está na hora de cada cidadão entender como é o uso da água, como cada um pode, com seu comportamento, racionalizar isso e cobrar dos gestores públicos e setor produtivo maior eficiência no uso da água”. 

25 / 04 / 2014 - (Fonte: MMA)

terça-feira, 13 de maio de 2014

*gestão ambiental*

IBGE: gestão ambiental é mais política que profissional
A pesquisa Perfil dos Estados Brasileiros, do IBGE, detectou que, apesar de todos os secretários ou gestores da área ambiental terem curso superior completo, muitos deles não tem a menor ligação com a área. Sequer um curso de especialização. Sugerindo, de acordo com a pesquisa, que nesses casos os cargos são ocupados por indicação política e não por conhecimento da área. Entre as profissões encontradas na pesquisa, existem biólogos, agrônomos e engenheiros, mas também médicos, advogados, veterinários, sociólogo, jornalista e até um professor de história.
Dos 27 pesquisados, 10 têm mestrado e cinco têm MBA ou especialização na pasta. A idade média dos gestores ambientais é de 51 anos e participação feminina ainda é pequena. Apenas cinco dos 27 secretários ou afins eram mulheres, sendo três na região Norte: Rondônia, Amazonas e Roraima. Fora disso, apenas Paraíba e Espírito Santo tinham mulheres na gestão ambiental.
Outro alerta que se faz na questão ambiental é que, pela falta de recursos destinados ao tema, alguns Estados contratam serviços de terceiros para funções como fiscalização, monitoramento e outras atividades ligadas ao meio ambiente por um período de tempo. Alerta maior ao saber que dos nove Estados que lançam mão desse artifício, três ficam na região amazônica (Rondônia, Acre e Pará) e outras três na região Sudeste (Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais).
Ainda no que se refere à gestão ambiental, apesar de as 27 unidades da federação terem conselhos de meio ambiente para auxiliar na defesa, preservação e recuperação, três (Rio Grande do Norte, Alagoas e Mato Grosso do Sul) não têm fundos estaduais que possam arrecadar recursos para a área. E das 24 que o possuem, três não financiaram qualquer atividade ou projeto voltado para a área em 2013: Ceará, Sergipe e Distrito Federal. Das ações financiadas pelo fundo, as principais foram monitoramento ambiental, projetos de educação ambiental, proteção de recursos hídricos, preservação da biodiversidade e recuperação de áreas degradadas.
Os Estados dão pouca importância também à parceria com os municípios na questão ambiental. No Nordeste, apenas 45 dos 1794 municípios receberam algum tipo de recurso para o tema, chegando a apenas 2,5% do total. No Sul, 55 dos 1188 municípios foram incluídos em algum projeto. O número cresce no Sudeste com 9,8% dos municípios, chega a 14,4% no Centro-Oeste, e 15,8% no Norte.
O Espírito Santo foi o Estado que melhor aproveitou essa parceria, atingindo 60 dos 78 municípios. O Rio de Janeiro alcançou 42 dos 92 municípios, e o Pará com 48 dos 143 municípios. Em Estados como Minas Gerais e Paraíba, a parceria praticamente não existe. Em Minas, alcançou 7 dos 853 municípios (0,8%), e na Paraíba, 2 dos 223 (0,9%). 
 ICMS ecológico – Nesta parceria está incluído também o chamado ICMS ecológico, mecanismo que possibilita aos governos estaduais critérios ambientais para repasse de até 25% do que devem aos municípios, desde que estes se enquadrem em parâmetros de dimensões ambientais. De todos as unidades consultadas pelo IBGE, 14 possuem a legislação e apenas três (Pará, Piauí e Goiás) não fizeram qualquer tipo de repasse aos municípios. Dos 11 Estados que repassaram verbas, 10 utilizaram como critério principal a presença de unidades de conservação, em 90,9% dos casos.  

14 / 03 / 2014 - (Fonte: Terra)

terça-feira, 6 de maio de 2014

Descendo o rio Mekong...

francês Rémi Camus se aventura no rio Mekong para lutar contra a poluição:


O aventureiro francês Rémi Camus chegou à foz do rio Mekong no Vietnã depois de percorrer 4.400 quilômetros e seis países nadando com uma prancha de hidrospeed, uma espécie de “trenó flutuante” para uma pessoa, para conscientizar sobre a importância do acesso à água potável.
“Em algumas partes da minha viagem o Mekong era um verdadeiro esgoto: as povoações locais jogam lixo sem nenhum remorso e muitas indústrias poluem o rio com metais pesados, sobretudo no delta do rio, no Camboja e no Vietnã”, relatou Camus à Efe.
O jovem de 28 anos começou sua viagem em novembro do ano passado na China, no limite com o Tibete, onde as autoridades chinesas não o deixaram entrar, por isso percorreu 4.400 dos quase 4.880 quilômetros do rio após passar por China, Mianmar, Laos, Tailândia, Camboja e Vietnã, onde terminou sua odisseia em 15 de abril em Xom Cua Tieu, 70 quilômetros ao sul de Ho Chi Minh.
O aventureiro, que viajou equipado com uma prancha de hidrospeed de 25 quilos, para descer por águas agitadas, e uma mochila de seis quilos, chegou a percorrer 50 quilômetros por dia no trecho chinês, quando o rio chega a descer a uma velocidade superior aos 30 km/h, mas reduziu o ritmo à medida que as correntes ficavam mais calmas.
“Na China eu poderia ter feito mais quilômetros por dia, mas a cada vez que ouvia um barulho estranho parava assustado, pensava que poderia ser um predador ou uma queda d’água”, contou.
Ao problema da poluição no rio, Camus acrescenta o da pesca predatória e o das grandes represas que China e Laos constroem e que podem ter um impacto muito negativo para as povoações do Camboja e Vietnã que vivem rio abaixo.
“Quando concluírem todos esses projetos, mudará a fisionomia do delta do rio, afetará os peixes que não poderão voltar ao rio, mas também chegará menos água, as populações ribeirinhas terão que migrar. É a estupidez inesgotável do ser humano”, lamentou o aventureiro.
Camus escolheu o rio Mekong para seu projeto por ser “o segundo rio em valor ambiental do mundo, somente atrás do Amazonas” e por suas implicações políticas e socioculturais, já que passa por seis países e suas margens são muito povoadas.
“As pessoas que encontrei pelo caminho não entendia o que fazia um cara branco vestido com neopreno preocupado com um rio a milhares de quilômetros de sua casa”, analisou.
Para transmitir sua mensagem, o francês deu entrevistas a dezenas de jornais dos diferentes países que cruzou e utilizou fotografias e textos escritos em diferentes idiomas para convencer as comunidades locais a mudarem seus hábitos.
“É desanimador ver como jogam de tudo no rio, em um trecho nadei entre plásticos, porcos e frangos mortos e todo tipo de resíduos. De Phnom Penh até a foz no Vietnã o rio está muito poluído, mas pelo menos as pessoas se mostraram receptivas e em todos os povoados nos quais parava conheceram meu projeto”, afirmou.
A contaminação deixou marcas em sua saúde e, de beber sem problemas a água do rio nas áreas montanhosas dos primeiros quilômetros, o aventureiro passou a sofrer uma dolorosa urticária no pé no percurso final pelo contato permanente com elementos tóxicos.
“Os últimos 300 quilômetros foram os mais difíceis: pela dor no pé e porque precisava nadar em função das marés. É impossível nadar quando a maré sobe, é preciso aproveitar quando baixa para seguir com a corrente”, explicou Camus.
Embora o tempo da viagem tenha sido de cinco meses e dez dias, a expedição superou os seis meses, já que o ativista passou mais de um mês parado por causa de um problema burocrático em Vientiane, capital do Laos.
“Ia nadando pelo rio, que faz fronteira com a Tailândia, e as autoridades me detiveram e confiscaram meus pertences durante quase um mês. Temiam que fosse um espião ou um traficante. Na primeira semana não me deram nem o cartão de crédito, só tinha um telefone celular e cerca de 20 euros em moeda local”, lembrou o jovem.
“Fui a um albergue vestido com meu traje de neopreno porque também não me deram a roupa e sobrevivi graças à generosidade dos turistas, que me emprestaram roupa e dinheiro”, relembrou.
A ponto de voltar para a França e apesar de todas as cenas desesperadoras que presenciou durante sua viagem, Camus prefere olhar para o futuro com otimismo.

“Na Europa há 30 anos os rios estavam muito contaminados e vimos como foram regenerados. O mesmo pode acontecer na Ásia, mas é preciso educar e conscientizar, por isso é importante chegar às crianças”, opinou.
“O povo que vive do rio Mekong precisa entender que todos somos responsáveis e podemos melhorar as coisas”, concluiu o aventureiro ambientalista.


http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2014/05/05/104975-descendo-o-rio-mekong-para-lutar-contra-a-poluicao.html  
(Fonte: Terra)

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Desenvolvimento sustentável: qual a estratégia para o Brasil?

Vários componentes de uma estratégia de desenvolvimento sustentável podem ser encontrados em políticas governamentais, em práticas levadas adiante por empresas privadas e nos trabalhos de inúmeras organizações da sociedade civil brasileira. Estas partes, entretanto, estão longe de formar um todo coerente, o que lhes retira justamente o alcance estratégico. Desenvolvimento sustentável é o processo de ampliação permanente das liberdades substantivas dos indivíduos em condições que estimulem a manutenção e a regeneração dos serviços prestados pelos ecossistemas às sociedades humanas. Ele é formado por uma infinidade de fatores determinantes, mas cujo andamento depende, justamente, da presença de um horizonte estratégico entre seus protagonistas decisivos. O que está em jogo nesse processo é o conteúdo da própria cooperação humana e a maneira como, no âmbito dessa cooperação, as sociedades optam por usar os ecossistemas de que dependem.





As conquistas recentes na luta contra a pobreza, no Brasil, padecem de dois problemas fundamentais: de um lado, apesar da redução na desigualdade de renda, persistem as formas mais graves de desigualdade no acesso à educação, à moradia, a condições urbanas dignas, à justiça e à segurança. Além disso, os padrões dominantes de produção e consumo apoiam-se, sistematicamente, num processo acelerado de degradação ambiental muito mais vigoroso do que o poder da legislação voltada à sua contenção. Pior: o Brasil não está se aproximando da marca dominante da inovação tecnológica contemporânea, cada vez mais orientada a colocar a ciência a serviço de sistemas produtivos altamente poupadores de materiais, de energia, e capazes de contribuir
para a regeneração da biodiversidade.
Este texto apresenta dois exemplos em que os significativos progressos dos últimos anos são ameaçados pela ausência do horizonte estratégico voltado ao desenvolvimento sustentável, tanto por parte do governo como das direções empresariais: de um lado a redução no desmatamento da Amazônia não é acompanhada por mudança no padrão dominante de uso dos recursos. Assim, apesar da contenção da devastação florestal,prevalece entre os agentes econômicos a ideia central de que a produção de commodities (fundamentalmente carne, soja e madeira de baixa qualidade), minérios e energia é a vocação decisiva da região. Além disso, ao mesmo tempo em que se reduz o desmatamento na Amazônia, amplia-se de maneira alarmante a devastação do cerrado e da caatinga. De outro lado, o segundo exemplo aqui apresentado mostra que o trunfo representado pela matriz energética brasileira não tem sido aproveitado para a construção de avanços industriais norteados pela preocupação explícita em reduzir o uso de materiais e de energia nos processos produtivos. A consequência e o risco é que o crescimento industrial brasilei­ro — ainda que marcado por emissões relativamente baixas de gases de efeito estufa — se distancie do padrão dominante da inovação contemporânea, cada vez mais orientada pela descarbonização da economia.


Ricardo Abramovay - professor titular do Departamento de Economia da FEA/USP e coordenador do Núcleo de Economia Socioambiental (NESA).

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Lixão símbolo da marginalidade de Medellín na Colombia vira um jardim:


Uma montanha de lixo de 45 metros de altura, transformada em jardim municipal. Essa é a história real que transformou a vida de um bairro humilde e de seus habitantes na cidade colombiana de Medellín (noroeste).
“Isto era um lixão. Agora estamos vivendo na glória. Para poder caminhar, era preciso se esquivar das cabeças de animais. Saíam uns líquidos do lixo”, contou à AFP Oriol Arturo Arango, um dos jardineiros que morou 22 de seus 31 anos de idade em meio ao lixo, até que sua casa se incendiou.
No vazadouro de Moravia, que acumulou até 1,5 milhão de toneladas de lixo em 30 anos, chegaram a viver 2.138 famílias, umas 14.000 pessoas, que viviam da reciclagem e moravam em casas construídas com resíduos.
“Todo ano tínhamos pelo menos um incêndio por causa dos gases”, conta Neira Agudelo, de 27 anos, ex-moradora do morro de lixo que também virou jardineira.
Agudelo chegou com a família para morar no lixão aos 4 anos vindo de San Carlos, 141 km ao leste de Medellín, fugindo da violência de grupos armados.
“Eram grupos à margem da lei e um dia foram, mataram muita gente e minha mãe tomou a decisão de vir para Medellín”, diz.
Na década de 1980, o narcotraficante Pablo Escobar, afeito à beneficência, tentou acabar com a miséria que se vivia em Moravia e entregou 400 casas no leste da cidade aos seus moradores. Batizou o conjunto de casas de “Medellín sin tugurios” (Medellín sem favelas), embora hoje seja conhecido como bairro Pablo Escobar.
Mas foi uns 20 anos depois que a cidade recuperou a área com o projeto “Moravia floresce para a vida”, em desenvolvimento há cinco anos.
Da estrada que margeia o rio Medellín o jardim de Moravia é visto como um organizado parque urbano com cultivos nos terraços. Quando se chega ao local, pedaços de sacos plásticos que surgem da terra delatam que a montanha na verdade é um morro de lixo compactado.
“Este é um projeto que transformou o que era um lugar para jogar lixo em um projeto ambiental e urbanístico para poder consolidar o bairro”, contou à AFP Julio Castro, gerente do parque municipal de Moravia.
Em meio às flores, algumas favelas rompem a simetria dos cultivos. Os tetos dos barracos são um amontoado de fardos de lixo e sacos plásticos misturados.
Em várias casas, um cartaz diz: “Diante do desalojamento, não me rendo, nem afrouxo”. Segundo a prefeitura, cerca de 200 famílias ainda vivem nos 70.000 metros quadrados do morro.
“Não é que queira ficar, o que queremos é que nos reassentem nos arredores de Moravia”, conta Vivian Álvarez, outra jardineira e moradora do local.
Antes de trabalhar no parque, Álvarez, de 23 anos, estava desempregada. Agora, ele recebe da Prefeitura da cidade um salário, com o qual sustenta seus dois filhos.
Já Agudelo conta que ela e a família viviam com medo constante de serem desalojados até que há dez anos o local foi declarado em estado de calamidade e muitos aceitaram outros alojamentos.
Um dos eixos do projeto é a recuperação ambiental do entorno. Para isso, o morro conta com tubulações que captam o material em decomposição que ainda surge de dentro da montanha.
Em seguida, o viscoso líquido passa para uma usina de tratamento, onde se extraem os metais e a água limpa vai para o rio.
“Não podemos descontaminar este local para contaminar outro”, afirma Agudelo.
O passo seguinte é construir uma estufa para cultivar orquídeas que ajudem a aumentar os ganhos das famílias. Uma escolha que, para esta jardineira, tem um significado especial.
“A orquídea cattleya é hermafrodita e o que faz é identificar as mulheres de Moravia, que somos mãe e pai ao mesmo tempo”, afirma Agudelo, fazendo alusão a que a maior parte de suas colegas é chefe de família.
Além disso, destaca que esta planta adere a qualquer lugar, se adapta.
“Em Moravia somos como as borboletas, a todo momento fazemos metamorfose”, diz esta mulher que, no entanto, conta não ter sido fácil deixar de viver ali.
Ela diz que foi complicado deixar a reciclagem, se adaptar a um apartamento e pagar contas.
“Aqui, cada um ligava seu equipamento, fazia seu churrasco. Lá é preciso viver como vivem os ricos, em silêncio, com hábitos muito diferentes, cada um em seu aparamento, as pessoas não são tão unidas”, conta.
“Às vezes chamamos uns aos outros de ‘basuriegos’ (algo como ‘lixareiros’, combinação de lixo e caseiro, em tradução literal) porque morávamos no lixo, mas nós não achamos que signifique algo ruim”, diz Agudelo. 

(Fonte: Terra) Mais:
http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2014/04/16/104436-lixao-simbolo-da-marginalidade-de-medellin-vira-um-jardim.html

quarta-feira, 2 de abril de 2014

"grave, abrangente e irreversível"


      O impacto do aquecimento global será "grave, abrangente e irreversível", segundo um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado ontem (31/03/14). Autoridades e cientistas reunidos no Japão afirmam que o documento é a avaliação mais completa já feita sobre o impacto das mudanças climáticas no planeta.

      Integrantes do IPCC dizem que até agora os efeitos do aquecimento são sentidos de forma mais acentuada pela natureza, mas que haverá um impacto cada vez maior sobre a humanidade. Mudanças climáticas vão afetar a saúde, a habitação, a alimentação e a segurança da população no planeta, segundo o relatório.
    O teor do documento foi alvo de intensas negociações em reuniões realizadas em Yokohama. Este é o segundo de uma série de relatórios do IPCC previstos para este ano.
O texto afirma que a quantidade de provas científicas do impacto do aquecimento global dobrou desde o último relatório, lançado em 2007. "Ninguém neste planeta ficará imune aos impactos das mudanças climáticas", disse o diretor do IPCC, Rajendra Pachauri, a jornalistas ontem (31/03/14).
     O secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Michel Jarraud, disse que se no passado as pessoas estavam destruindo o planeta por ignorância, agora já não existe mais esta "desculpa".Enchentes e calor: 
    O relatório foi baseado em mais de 12 mil estudos publicados em revistas científicas. Jarraud disse que o texto é "a mais sólida evidência que se pode ter em qualquer disciplina científica".

    Nos próximos 20 a 30 anos, sistemas como o mar do Ártico estão ameaçados pelo aumento da temperatura em 2 graus Celsius. O ecossistema dos corais também pode ser prejudicado pela acidificação dos oceanos.
   Na terra, animais, plantas e outras espécies vão começar a "se deslocar" para pontos mais altos, ou em direção aos polos.
   Um ponto específico levantado pelo relatório é a insegurança alimentar. Algumas previsões indicam perdas de mais de 25% nas colheitas de milho, arroz e trigo até 2050.
Enquanto isso, a demanda por alimentos vai continuar aumentando com o crescimento da população, que pode atingir nove bilhões de pessoas até 2050.

   "Na medida em que avançamos [as previsões] no futuro, os riscos só aumentam, e isso acontecerá com as pessoas, com as colheitas e com a disponibilidade de água", disse Neil Adger, da universidade britânica de 
Exeter -- outro cientista que assina o relatório.
    Enchentes e ondas de calor estarão entre os principais fatores causadores de mortes de pessoas. Trabalhadores que atuam ao ar livre -- como operários da construção civil e fazendeiros -- estarão entre os que mais sofrerão. Há também riscos de grandes movimentos migratórios relacionados ao clima, além de conflitos armados.

Quem paga? 
    Em lugares como a África, as pessoas estarão particularmente vulneráveis. Muitos que deixaram a pobreza nos últimos anos podem voltar a ter condições de vida miseráveis.

     Mas o professor Saleemul Huq, outro coautor do relatório, disse que os países ricos não estarão imunes. "Os ricos terão que se preparar para as mudanças climáticas. Estamos vendo isso agora na Grã-Bretanha, com as enchentes de poucos meses atrás, as tempestades nos Estados Unidos e a seca no Estado da Califórnia", disse Huq.

"Estes eventos são multibilionários, que precisam ser pagos pelos ricos, e existe um limite no que eles podem pagar."

   Outro coautor, Chris Field, apontou que existem alguns lados positivos do relatório. Segundo ele, o mundo tem condições de administrar os riscos previstos no documento.

"Aquecimento global é algo muito importante, mas nós temos muitas ferramentas para lidar de forma eficiente com isso. Só é preciso lidar de forma inteligente com isso", diz Field.

    Mas um dos problemas que ainda não tem resposta é: quem pagará a conta?

"Não cabe ao 
IPCC definir isso", disse José Marengo, cientista brasileiro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que participou das negociações em Yokohama.

"O relatório fornece a base científica para dizer que aqui está a conta, alguém precisa pagar, e com essas bases científicas é relativamente mais fácil ir às negociações da 
UNFCCC [Convenção Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas] e começar a costurar acordos sobre quem pagará pela adaptação [do planeta]."O que é o IPCC?

   A função do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (
IPCC), nas suas palavras é "suprir o mundo com visões científicas claras sobre o estado atual do conhecimento em mudanças climáticas e seus potenciais impactos ambientais e socioeconômicos".

     Com o aval da ONU, a entidade já produziu quatro grandes relatórios até hoje.

   O 
IPCC é uma organização pequena, sediada em Genebra e com uma equipe de 12 funcionários que trabalham em turno integral. Todos os cientistas que colaboram com o painel o fazem de forma voluntária.

FONTE:
BBC Brasil
Matt McGrath