segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Aquecimento global é inevitável e 6 bi morrerão, diz cientista.


Cortesia de James LovelockJames Lovelock, renomado cientista, diz que o aquecimento global é irreversível - e que mais de 6 bilhões de pessoas vão morrer neste século
Por Por Jeff Goodell
Aos 88 anos, depois de quatro filhos e uma carreira longa e respeitada como um dos cientistas mais influentes do século 20, James Lovelock chegou a uma conclusão desconcertante: a raça humana está condenada. "Gostaria de ser mais esperançoso", ele me diz em uma manhã ensolarada enquanto caminhamos em um parque em Oslo (Noruega), onde o estudioso fará uma palestra em uma universidade. Lovelock é baixinho, invariavelmente educado, com cabelo branco e óculos redondos que lhe dão ares de coruja. Seus passos são gingados; sua mente, vívida; seus modos, tudo menos pessimistas. Aliás, a chegada dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse - guerra, fome, pestilência e morte - parece deixá-lo animado. "Será uma época sombria", reconhece. "Mas, para quem sobreviver, desconfio que vá ser bem emocionante."
Na visão de Lovelock, até 2020, secas e outros extremos climáticos serão lugar-comum. Até 2040, o Saara vai invadir a Europa, e Berlim será tão quente quanto Bagdá. Atlanta acabará se transformando em uma selva de trepadeiras kudzu. Phoenix se tornará um lugar inabitável, assim como partes de Beijing (deserto), Miami (elevação do nível do mar) e Londres (enchentes). A falta de alimentos fará com que milhões de pessoas se dirijam para o norte, elevando as tensões políticas. "Os chineses não terão para onde ir além da Sibéria", sentencia Lovelock. "O que os russos vão achar disso? Sinto que uma guerra entre a Rússia e a China seja inevitável." Com as dificuldades de sobrevivência e as migrações em massa, virão as epidemias. Até 2100, a população da Terra encolherá dos atuais 6,6 bilhões de habitantes para cerca de 500 milhões, sendo que a maior parte dos sobreviventes habitará altas latitudes - Canadá, Islândia, Escandinávia, Bacia Ártica.
Até o final do século, segundo o cientista, o aquecimento global fará com que zonas de temperatura como a América do Norte e a Europa se aqueçam quase 8 graus Celsius - quase o dobro das previsões mais prováveis do relatório mais recente do Painel Intergovernamental sobre a Mudança Climática, a organização sancionada pela ONU que inclui os principais cientistas do mundo. "Nosso futuro", Lovelock escreveu, "é como o dos passageiros em um barquinho de passeio navegando tranqüilamente sobre as cataratas do Niagara, sem saber que os motores em breve sofrerão pane". E trocar as lâmpadas de casa por aquelas que economizam energia não vai nos salvar. Para Lovelock, diminuir a poluição dos gases responsáveis pelo efeito estufa não vai fazer muita diferença a esta altura, e boa parte do que é considerado desenvolvimento sustentável não passa de um truque para tirar proveito do desastre. "Verde", ele me diz, só meio de piada, "é a cor do mofo e da corrupção."
Se tais previsões saíssem da boca de qualquer outra pessoa, daria para rir delas como se fossem devaneios. Mas não é tão fácil assim descartar as idéias de Lovelock. Na posição de inventor, ele criou um aparelho que ajudou a detectar o buraco crescente na camada de ozônio e que deu início ao movimento ambientalista da década de 1970. E, na posição de cientista, apresentou a teoria revolucionária conhecida como Gaia - a idéia de que nosso planeta é um superorganismo que, de certa maneira, está "vivo". Essa visão hoje serve como base a praticamente toda a ciência climática. Lynn Margulis, bióloga pioneira na Universidade de Massachusetts (Estados Unidos), diz que ele é "uma das mentes científicas mais inovadoras e rebeldes da atualidade". Richard Branson, empresário britânico, afirma que Lovelock o inspirou a gastar bilhões de dólares para lutar contra o aquecimento global. "Jim é um cientista brilhante que já esteve certo a respeito de muitas coisas no passado", diz Branson. E completa: "Se ele se sente pessimista a respeito do futuro, é importante para a humanidade prestar atenção."
Lovelock sabe que prever o fim da civilização não é uma ciência exata. "Posso estar errado a respeito de tudo isso", ele admite. "O problema é que todos os cientistas bem intencionados que argumentam que não estamos sujeitos a nenhum perigo iminente baseiam suas previsões em modelos de computador. Eu me baseio no que realmente está acontecendo."
Quando você se aproxima da casa de Lovelock em Devon, uma área rural no sudoeste da Inglaterra, a placa no portão de metal diz, claramente: "Estação Experimental de Coombe Mill. Local de um novo hábitat. Por favor, não entre nem incomode".
Depois de percorrer algumas centenas de metros em uma alameda estreita, ao lado de um moinho antigo, fica uma casinha branca com telhado de ardósia onde Lovelock mora com a segunda mulher, Sandy, uma norte-americana, e seu filho mais novo, John, de 51 anos e que tem incapacidade leve. É um cenário digno de conto de fadas, cercado de 14 hectares de bosques, sem hortas nem jardins com planejamento paisagístico. Parcialmente escondida no bosque fica uma estátua em tamanho natural de Gaia, a deusa grega da Terra, em homenagem à qual James Lovelock batizou sua teoria inovadora.

Leia Mais: http://www.revistadomeioambiente.org.br/artigos/entrevista/327-aquecimento-global-e-inevitavel-e-6-bi-morrerao-diz-cientista
 

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Recursos naturais: combater o desperdício.


Muitas civilizações pereceram pela incapacidade de lidar com o meio ambiente e recursos naturais, mas na escala planetária de hoje, pode se dizer que o tema entrou na agenda basicamente há quarenta anos. Na década de 70 surgiram os primeiros alertas, a exemplo do “Limites do Crescimento” do Clube de Roma e da realização da Conferência de Estocolmo.
Mas somente a partir do final da década de 80 a questão assumiu outra dimensão: buraco na camada de ozônio, mudança do clima, perda de biodiversidade e florestas, acidificação dos oceanos e dilapidação dos estoques pesqueiros, enfim, o que temos visto nos jornais todos os dias.
Certamente hoje qualquer cidadão do mundo se ressente dos problemas ambientais. Em Pequim a poluição do ar exige mudanças. Na Califórnia a seca dramática exige medidas como racionamento de água. Em Nova Iorque, esforços são feitos para se adaptar à mudança do clima e recuperar a cidade dos impactos do furacão Sandy.

E no Brasil?

A população nordestina sofre os efeitos da seca prolongada, vivendo da distribuição de água pelos caminhões pipa. Em São Paulo, além do calor insuportável, iniciou-se, em algumas porções da região metropolitana, o racionamento de água.
Até aqui nada de novo. Mas a reflexão que faço diz respeito a determinar se, de fato, chegamos a um ponto no qual compreendemos a nossa “vulnerabilidade” diante do meio ambiente. Quer dizer, se realmente internalizamos a idéia de que não somos senhores capazes de dominar a natureza. E se somos capazes de gerenciar adequadamente essa nossa relação sem comprometer o presente e o futuro.
No caso do Brasil, enfrentamos há menos de uma década o grave problema do apagão, exigindo da sociedade redução significativa no consumo de energia, com resultados extremamente positivos. Mas o fato é que por falta de determinação do poder público, esses esforços se perderam no tempo e, com isso, cada um de nós voltou ao desperdício. E este, é bom que se diga, não se justifica pelo simples fato de que quando pagamos a conta de luz, este pagamento não contempla necessariamente os custos de oportunidade dos investimentos públicos em infraestrutura, bem como os impactos ambientais de maneira geral.
No caso do baixo nível dos reservatórios de água das hidrelétricas, o país está utilizando as térmicas, que além de caras, representam aumento de emissão de gases efeito estufa (GEE). Poderíamos estar radicalizando a eficiência energética no país, com metas claras e utilização de um repertório grande de medidas que viessem a torná-la algo presente em nossas vidas. Edifícios públicos e privados com baixo uso de energia, veículos automotores com pouco consumo, eletrodomésticos com as melhores tecnologias, iluminação pública nas cidades com as melhores lâmpadas…
E no caso de água, aproveitar esta crise para demandar um combate efetivo ao desperdício. Equipamentos eficientes, arquitetura e engenharia que induzam ao reuso de água, enfim, temos que criar uma mentalidade que se traduza pelo entendimento de que diminuir as nossas vulnerabilidades, como se evidencia na crise de água e de energia no Brasil, depende de uma mudança radical no modo que consumimos os nossos recursos naturais.

Por Fabio Feldmann .

Artigo publicado no jornal Brasil Econômico em 13 de fevereiro de 2014.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Plano de Áreas Protegidas








Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas - PNAP

Durante a Sétima Conferência das Partes - COP 7 da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), realizada na República da Malásia, em fevereiro de 2004, as partes signatárias, dentre elas o Brasil, decidiram adotar o Programa de Trabalho para Áreas Protegidas da CDB (Decisão VII/28). Esse Programa de Trabalho tem por objetivo estabelecer e manter, até 2010, em relação a áreas terrestres e, até 2012, no que toca a áreas marinhas, sistemas nacionais e regionais de áreas protegidas abrangentes, eficazmente administradas e ecologicamente representativos.
Para a implementação do Programa de Trabalho da CDB, o Governo Brasileiro se comprometeu em formular um Plano Nacional, instrumento que define princípios, diretrizes e objetivos que levarão o país a reduzir a taxa de perda de biodiversidade, por meio da consolidação de um sistema abrangente de áreas protegidas, ecologicamente representativo e efetivamente manejado, integrado a paisagens terrestres e marinhas mais amplas, até 2015.
Assim, o Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas (PNAP), além de constituir um instrumento para implementação do Programa de Trabalho para Áreas Protegidas da CDB, atende às deliberações:
- da Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (World Summit for the Sustainable Development - WSSD);
- do Plano Estratégico da Convenção sobre Diversidade Biológica (proteção de pelo menos 10% de cada ecorregião até 2010);
- das Conferências Nacionais do Meio Ambiente/CNMAs (2003 e 2005).
Por sua abrangência, o Plano enfoca prioritariamente o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), as terras indígenas e os territórios quilombolas. As áreas de preservação permanente e as reservas legais são tratadas no planejamento da paisagem, no âmbito da abordagem ecossistêmica, com uma função estratégica de conectividade entre fragmentos naturais e as próprias áreas protegidas.
A elaboração do PNAP é resultado de um processo de construção que teve início em 2004, com a assinatura de um Protocolo de Intenções entre o Ministério do Meio Ambiente e um conjunto de organizações não-governamentais e movimentos sociais de âmbito nacional e internacional. O propósito da cooperação firmada entre o governo e a sociedade civil era o estabelecimento de uma política abrangente para as áreas protegidas no Brasil. Assim, em 2005 foi instituído, no âmbito da Secretaria de Biodiversidade e Florestas, um Grupo de Trabalho (GT), com a finalidade de elaborar proposta do Plano Nacional de Áreas Protegidas.
No âmbito do GT, e seguindo também as recomendações do Programa de Trabalho sobre Biodiversidade Costeira e Marinha da CDB (Decisão VII/5), aprovado na COP-4 e revisado na COP-7, foi instituído um grupo técnico especializado para propor objetivos e estratégias específicas para a zona costeira e marinha em razão de suas especificidades.
Os GT imprimiram durante o ano de 2005 uma dinâmica de reuniões e oficinas (15 eventos) que contaram com a contribuição de especialistas, servidores públicos, gestores de unidades de conservação, representantes de organizações não-governamentais e movimentos sociais, além de lideranças indígenas e quilombolas, resultando na participação de mais de 400 pessoas nesse processo.
Por seu caráter interministerial e transversal, que envolveu três esferas de governo e a sociedade civil organizada, o PNAP suscita a integração das políticas públicas nacionais. Além disso, reafirma o compromisso brasileiro de consolidar um sistema abrangente de áreas protegidas, ecologicamente representativo e efetivamente manejado, integrado a paisagens terrestres e marinhas mais amplas, até 2015.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

A Carta do Cacique Seattle, em 1855:

Cacique Seattle
Cacique Seattle
Em 1855, o cacique Seattle, da tribo Suquamish, do Estado de Washington, enviou esta carta ao presidente dos Estados Unidos (Franklin Pierce), depois de o Governo haver dado a entender que pretendia comprar o território ocupado por aqueles índios. Faz mais de um século e meio. Mas o desabafo do cacique tem uma incrível atualidade. A resposta do Cacique Seattle é tida como uma profunda declaração de amor ao Meio Ambiente, brotada do coração puro e simples de um índio cheio de reconhecimento à Natureza por tudo de bom que ela dá ao homemA carta:

    "O grande chefe de Washington mandou dizer que quer comprar a nossa terra. O grande chefe assegurou-nos também da sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não necessita da nossa amizade. Nós vamos pensar na sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará a nossa terra. O grande chefe de Washington pode acreditar no que o chefe Seattle diz com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na mudança das estações do ano. Minha palavra é como as estrelas, elas não empalidecem.
Como pode-se comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal ideia é estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do brilho da água. Como pode então comprá-los de nós? Decidimos apenas sobre as coisas do nosso tempo. Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada folha reluzente, todas as praias de areia, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e na crença do meu povo.
    Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um torrão de terra é igual ao outro. Porque ele é um estranho, que vem de noite e rouba da terra tudo quanto necessita. A terra não é sua irmã, nem sua amiga, e depois de exauri-la ele vai embora. Deixa para trás o túmulo de seu pai sem remorsos. Rouba a terra de seus filhos, nada respeita. Esquece os antepassados e os direitos dos filhos. Sua ganância empobrece a terra e deixa atrás de si os desertos. Suas cidades são um tormento para os olhos do homem vermelho, mas talvez seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que nada compreende.
Não se pode encontrar paz nas cidades do homem branco. Nem lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o zunir das asas dos insetos. Talvez por ser um selvagem que nada entende, o barulho das cidades é terrível para os meus ouvidos. E que espécie de vida é aquela em que o homem não pode ouvir a voz do corvo noturno ou a conversa dos sapos no brejo à noite? Um índio prefere o suave sussurro do vento sobre o espelho d'água e o próprio cheiro do vento, purificado pela chuva do meio-dia e com aroma de pinho. O ar é precioso para o homem vermelho, porque todos os seres vivos respiram o mesmo ar, animais, árvores, homens. Não parece que o homem branco se importe com o ar que respira. Como um moribundo, ele é insensível ao mau cheiro.
Se eu me decidir a aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e não compreendo que possa ser de outra forma. Vi milhares de bisões apodrecendo nas pradarias abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais valioso que um bisão, que nós, peles vermelhas matamos apenas para sustentar a nossa própria vida. O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem os homens morreriam de solidão espiritual, porque tudo quanto acontece aos animais pode também afetar os homens. Tudo quanto fere a terra, fere também os filhos da terra.
    Os nossos filhos viram os pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo em ócio e envenenam seu corpo com alimentos adocicados e bebidas ardentes. Não tem grande importância onde passaremos os nossos últimos dias. Eles não são muitos. Mais algumas horas ou até mesmo alguns invernos e nenhum dos filhos das grandes tribos que viveram nestas terras ou que tem vagueado em pequenos bandos pelos bosques, sobrará para chorar, sobre os túmulos, um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso.
De uma coisa sabemos, que o homem branco talvez venha a um dia descobrir: o nosso Deus é o mesmo Deus. Julga, talvez, que pode ser dono Dele da mesma maneira como deseja possuir a nossa terra. Mas não pode. Ele é Deus de todos. E quer bem da mesma maneira ao homem vermelho como ao branco. A terra é amada por Ele. Causar dano à terra é demonstrar desprezo pelo Criador. O homem branco também vai desaparecer, talvez mais depressa do que as outras raças. Continua sujando a sua própria cama e há de morrer, uma noite, sufocado nos seus próprios dejetos. Depois de abatido o último bisão e domados todos os cavalos selvagens, quando as matas misteriosas federem à gente, quando as colinas escarpadas se encherem de fios que falam, onde ficarão então os sertões? Terão acabado. E as águias? Terão ido embora. Restará dar adeus à andorinha da torre e à caça; o fim da vida e o começo pela luta pela sobrevivência.
    Talvez compreendêssemos com que sonha o homem branco se soubéssemos quais as esperanças transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais visões do futuro oferecem para que possam ser formados os desejos do dia de amanhã. Mas nós somos selvagens. Os sonhos do homem branco são ocultos para nós. E por serem ocultos temos que escolher o nosso próprio caminho. Se consentirmos na venda é para garantir as reservas que nos prometeste. Lá talvez possamos viver os nossos últimos dias como desejamos. Depois que o último homem vermelho tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará a viver nestas florestas e praias, porque nós as amamos como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe. Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Protege-a como nós a protegíamos. Nunca esqueça como era a terra quando dela tomou posse. E com toda a sua força, o seu poder, e todo o seu coração, conserva-a para os seus filhos, e ama-a como Deus nos ama a todos. Uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus. Esta terra é querida por Ele. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum."


terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Outorga Florestal

Outorga Florestal traz 8 flonas paraenses com aptidão.
Área fica localizada em 11 florestas nacionais!

11 de fevereiro, 2014 - Pará

Cerca de 2,8 milhões de hectares na Amazônia Legal possuem, neste ano, aptidão para o manejo florestal por meio das concessões florestais – instrumento que permite a empresas o acesso a florestas públicas para a produção sustentável de madeira. Essa área está localizada em 11 florestas nacionais (flonas), sendo oito delas no Estado do Pará, e duas glebas nos estados do Acre, Amazonas, Pará e Roraima. A informação é do Plano Anual de Outorga Florestal (Paof) 2014, que analisa onde estão localizadas as florestas públicas brasileiras com condições para serem submetidas à concessão florestal e qual a sua extensão, divulgado ontem pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB).
Foto: Imaflora
Se estivessem sob efetivo manejo essas áreas teriam o potencial de ofertar cerca de 1,3 milhão de m³ por ano de madeira tropical em tora, o que representaria aproximadamente 10% da produção madeireira da Amazônia Legal que, em 2012, foi de 13,5 milhões de m³, segundo o IBGE. O Plano é o principal documento utilizado para planejar o lançamento de novos editais de concessão florestal. Apenas áreas incluídas no Paof podem ser objeto dessa estratégia de uso e conservação.
Essas florestas públicas são as flonas do Macauã e de São Francisco (AC); de Altamira, do Amana, de Caxiuanã, do Crepori, de Itaituba I e II, Saracá-Taquera, do Trairão (PA); e de Jacundá (RO). Também estão no Paof áreas destacadas das glebas Afluente (AC) e Curuquetê (AM). No conjunto, essas áreas estão diretamente localizadas nos principais polos madeireiros da Amazônia, ou próximos deles, o que amplia a atratividade econômica das futuras concessões.
A Flona de Jacundá, por exemplo, tem parte de sua área no município de Porto Velho, maior produtor de madeira serrada na Amazônia Legal em 2012, com 335 mil metros cúbicos naquele ano. E, das flonas paraenses incluídas no Plano, a maioria está na região de influência da BR-163 (rodovia Cuiabá-Santarém), outro polo de relevância.
Para chegar às florestas passíveis de concessão, o Serviço Florestal Brasileiro adota uma metodologia em duas fases. Na primeira, são excluídas todas as áreas de florestas públicas que possuam impedimentos ou restrições legais para serem submetidas à concessão florestal, como florestas utilizadas por comunidades. Na segunda fase, são excluídas florestas públicas federais que não se encontram aptas para serem submetidas à concessão florestal no ano de vigência do Paof 2014.
A seleção final traz florestas que, entre outros critérios, estão em áreas prioritárias (regiões com infraestrutura mínima de transporte e energia e localizadas perto de polos madeireiros, por exemplo). No caso de flonas, só são consideradas passíveis de concessão as que têm plano de manejo da unidade de conservação aprovado ou com perspectiva de aprovação no ano, pois o plano de manejo é que define a zona onde poderá ocorrer esse tipo de produção sustentável.
Por: Thiago Vilharins (Sucursal Brasília) 

Participação
O Paof 2014 também é o resultado de consultas e análises por parte das agências reguladoras, diversos órgãos de governo e a sociedade. O SFB também realiza consultas prévias com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Secretaria do Patrimônio da União (SPU/MPOG), Conselho de Defesa Nacional (CDN) e Comissão de Gestão de Florestas Públicas (CGFLOP). A sociedade também participa por meio de consultas públicas realizadas pelo SFB. 
MAIS: http://www.ormnews.com.br/noticia/outorga-florestal-traz-8-flonas-paraenses-com-aptidao

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014