sexta-feira, 30 de maio de 2014

Cheia do rio Paraguai afeta 75.000 paraguaios:

Cheia do rio Paraguai


A cheia do rio Paraguai afetou 75.000 pessoas em diversos departamentos (estados) do Paraguai, informaram nesta quinta-feira porta-vozes do governo e da Cruz Vermelha.
A maior parte dos afetados foi registrada no departamento de Ñeembucú, na confluência dos rios Paraguai e Paraná, onde o relatório oficial estima em 40.000 o número de vítimas das inundações, disse Germán Amarilla, da Cruz Vermelha.
“Precisamos de comida e água”, disse a jornalistas o líder indígena José Luis Chávez, ao pedir ajuda oficial para sua comunidade inundada pelas águas em Puerto Casado, 600 km ao norte de Assunção.
“Por que o pobre tem que sofrer muito mais para que o direito chegue?”, afirmou o bispo do Chaco, monsenhor Gabriel Escobar, em uma homilia pela festividade de Maria Auxiliadora.
O religioso calculou em 23.000 as pessoas afetadas no Chaco, ao mesmo tempo em que lamentou a falta de apoio. “Temos que pedir migalhas para sobreviver”, denunciou.
Em Assunção, os afetados beiram os 12.000, de acordo com um levantamento feito pelo Conselho Municipal de Emergências e Desastres de Assunção (Comueda).
A diretora da entidade, Nidia López, advertiu que “o nível da água do rio pode aumentar”, em declarações à imprensa.
O nível do Paraguai está em 5,10 metros e não se descarta que alcance os 6 metros este ano.
Ela informou que 2.600 lares foram afetados pelas águas e 400 sofreram danos diversos em zonas mais baixas da capital paraguaia. Outras 60 desabaram por causa das cheias.
Os bairros baixos Bañado Sur e Bañado Norte, onde vivem famílias carentes, são os mais castigados desde abril passado, disse López. (Fonte: Terra)

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Segurança Hídrica no debate Global

Ministra diz que segurança hídrica tem que figurar no debate global...
Durante a abertura do 1º Encontro das Águas de Goiás (Enago), que tem como tema “A água como fator de produção e sustentabilidade”, a ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira chamou atenção, na noite desta quarta-feira (23), em Goiânia, para a importância do tema segurança hídrica: “É um debate global. Todos os países do planeta estão discutindo segurança hídrica. Estamos falando do tripé acesso, qualidade e eficiência”, afirmou. “Se vai discutir água, teremos que discutir cidades. A América Latina, em 2030, terá cerca de 93% de sua população vivendo em cidades. Qualquer modelo de gestão que a gente queira discutir, a questão do meio ambiente urbano estará presente e isso é uma tendência global”.
Na oportunidade, Izabella Teixeira recebeu do vice-governador do estado, José Eliton de Figueiredo, e da secretária de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Goiás, Jackeline Fleury, a Comenda Berço das Águas. Trata-se da maior homenagem do estado de Goiás aos que se destacam na defesa da conservação e preservação dos recursos hídricos e do meio ambiente.
De olho no futuro - O evento traz capacitação e discute a gestão das águas em Goiás, com representantes da comunidade técnico-científica, sociedade civil, agentes públicos, professores, pesquisadores, consultores, empreendedores, estudantes e demais interessados. O debate contribuirá para garantir água em quantidade e qualidade para os usos das atuais e das futuras gerações. “Goiás se apresenta com a maturidade necessária para realizar a gestão das águas de forma integrada e participativa visando tornar nosso crescimento econômico mais perene e sustentável, pois sem a água, fator de produção insubstituível, não estaríamos galgando os níveis de desenvolvimento de hoje e de nosso futuro”, afirmou a secretária Jackeline Fleury. O 1º Enago acontece no Centro de Convenções de Goiânia e termina nesta sexta-feira (25).
A principal finalidade do encontro é apresentar as temáticas mais relevantes para o estado no planejamento e na gestão responsável dos recursos hídricos, contribuindo para enriquecer o debate sobre a sustentabilidade do sistema e o arranjo institucional e legal para implantar a Política Estadual de Recursos Hídricos. Além de promover um debate que permita dirigir o foco sobre problemas específicos de Goiás, sem perder de vista a realidade nacional que emoldura e delimita os rumos da política de recursos hídricos no país.
Goiás possui 246 municípios e tem sua atividade econômica principal ligada ao setor agrário. Os principais usos dos recursos hídricos são: irrigação e uso agropecuário, abastecimento público, turismo, indústria e geração de energia elétrica. Por estar localizado nas cabeceiras de três importantes Regiões Hidrográficas (Tocantins/Araguaia, São Francisco e Paraná), muitas vezes é chamado de “Berço das Águas”. As ações adotadas em Goiás apresentam reflexos importantes em outras regiões do país. “Goiás é, junto com Minas Gerais, a caixa d’água do Brasil, importantes rios brasileiros nascem aqui. A proteção, a criação de áreas protegidas no Cerrado são estratégicas”, alertou Izabella Teixeira.
A ministra aproveitou a oportunidade e fez um chamado à sociedade: “Está na hora de cada cidadão entender como é o uso da água, como cada um pode, com seu comportamento, racionalizar isso e cobrar dos gestores públicos e setor produtivo maior eficiência no uso da água”. 

25 / 04 / 2014 - (Fonte: MMA)

terça-feira, 13 de maio de 2014

*gestão ambiental*

IBGE: gestão ambiental é mais política que profissional
A pesquisa Perfil dos Estados Brasileiros, do IBGE, detectou que, apesar de todos os secretários ou gestores da área ambiental terem curso superior completo, muitos deles não tem a menor ligação com a área. Sequer um curso de especialização. Sugerindo, de acordo com a pesquisa, que nesses casos os cargos são ocupados por indicação política e não por conhecimento da área. Entre as profissões encontradas na pesquisa, existem biólogos, agrônomos e engenheiros, mas também médicos, advogados, veterinários, sociólogo, jornalista e até um professor de história.
Dos 27 pesquisados, 10 têm mestrado e cinco têm MBA ou especialização na pasta. A idade média dos gestores ambientais é de 51 anos e participação feminina ainda é pequena. Apenas cinco dos 27 secretários ou afins eram mulheres, sendo três na região Norte: Rondônia, Amazonas e Roraima. Fora disso, apenas Paraíba e Espírito Santo tinham mulheres na gestão ambiental.
Outro alerta que se faz na questão ambiental é que, pela falta de recursos destinados ao tema, alguns Estados contratam serviços de terceiros para funções como fiscalização, monitoramento e outras atividades ligadas ao meio ambiente por um período de tempo. Alerta maior ao saber que dos nove Estados que lançam mão desse artifício, três ficam na região amazônica (Rondônia, Acre e Pará) e outras três na região Sudeste (Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais).
Ainda no que se refere à gestão ambiental, apesar de as 27 unidades da federação terem conselhos de meio ambiente para auxiliar na defesa, preservação e recuperação, três (Rio Grande do Norte, Alagoas e Mato Grosso do Sul) não têm fundos estaduais que possam arrecadar recursos para a área. E das 24 que o possuem, três não financiaram qualquer atividade ou projeto voltado para a área em 2013: Ceará, Sergipe e Distrito Federal. Das ações financiadas pelo fundo, as principais foram monitoramento ambiental, projetos de educação ambiental, proteção de recursos hídricos, preservação da biodiversidade e recuperação de áreas degradadas.
Os Estados dão pouca importância também à parceria com os municípios na questão ambiental. No Nordeste, apenas 45 dos 1794 municípios receberam algum tipo de recurso para o tema, chegando a apenas 2,5% do total. No Sul, 55 dos 1188 municípios foram incluídos em algum projeto. O número cresce no Sudeste com 9,8% dos municípios, chega a 14,4% no Centro-Oeste, e 15,8% no Norte.
O Espírito Santo foi o Estado que melhor aproveitou essa parceria, atingindo 60 dos 78 municípios. O Rio de Janeiro alcançou 42 dos 92 municípios, e o Pará com 48 dos 143 municípios. Em Estados como Minas Gerais e Paraíba, a parceria praticamente não existe. Em Minas, alcançou 7 dos 853 municípios (0,8%), e na Paraíba, 2 dos 223 (0,9%). 
 ICMS ecológico – Nesta parceria está incluído também o chamado ICMS ecológico, mecanismo que possibilita aos governos estaduais critérios ambientais para repasse de até 25% do que devem aos municípios, desde que estes se enquadrem em parâmetros de dimensões ambientais. De todos as unidades consultadas pelo IBGE, 14 possuem a legislação e apenas três (Pará, Piauí e Goiás) não fizeram qualquer tipo de repasse aos municípios. Dos 11 Estados que repassaram verbas, 10 utilizaram como critério principal a presença de unidades de conservação, em 90,9% dos casos.  

14 / 03 / 2014 - (Fonte: Terra)

terça-feira, 6 de maio de 2014

Descendo o rio Mekong...

francês Rémi Camus se aventura no rio Mekong para lutar contra a poluição:


O aventureiro francês Rémi Camus chegou à foz do rio Mekong no Vietnã depois de percorrer 4.400 quilômetros e seis países nadando com uma prancha de hidrospeed, uma espécie de “trenó flutuante” para uma pessoa, para conscientizar sobre a importância do acesso à água potável.
“Em algumas partes da minha viagem o Mekong era um verdadeiro esgoto: as povoações locais jogam lixo sem nenhum remorso e muitas indústrias poluem o rio com metais pesados, sobretudo no delta do rio, no Camboja e no Vietnã”, relatou Camus à Efe.
O jovem de 28 anos começou sua viagem em novembro do ano passado na China, no limite com o Tibete, onde as autoridades chinesas não o deixaram entrar, por isso percorreu 4.400 dos quase 4.880 quilômetros do rio após passar por China, Mianmar, Laos, Tailândia, Camboja e Vietnã, onde terminou sua odisseia em 15 de abril em Xom Cua Tieu, 70 quilômetros ao sul de Ho Chi Minh.
O aventureiro, que viajou equipado com uma prancha de hidrospeed de 25 quilos, para descer por águas agitadas, e uma mochila de seis quilos, chegou a percorrer 50 quilômetros por dia no trecho chinês, quando o rio chega a descer a uma velocidade superior aos 30 km/h, mas reduziu o ritmo à medida que as correntes ficavam mais calmas.
“Na China eu poderia ter feito mais quilômetros por dia, mas a cada vez que ouvia um barulho estranho parava assustado, pensava que poderia ser um predador ou uma queda d’água”, contou.
Ao problema da poluição no rio, Camus acrescenta o da pesca predatória e o das grandes represas que China e Laos constroem e que podem ter um impacto muito negativo para as povoações do Camboja e Vietnã que vivem rio abaixo.
“Quando concluírem todos esses projetos, mudará a fisionomia do delta do rio, afetará os peixes que não poderão voltar ao rio, mas também chegará menos água, as populações ribeirinhas terão que migrar. É a estupidez inesgotável do ser humano”, lamentou o aventureiro.
Camus escolheu o rio Mekong para seu projeto por ser “o segundo rio em valor ambiental do mundo, somente atrás do Amazonas” e por suas implicações políticas e socioculturais, já que passa por seis países e suas margens são muito povoadas.
“As pessoas que encontrei pelo caminho não entendia o que fazia um cara branco vestido com neopreno preocupado com um rio a milhares de quilômetros de sua casa”, analisou.
Para transmitir sua mensagem, o francês deu entrevistas a dezenas de jornais dos diferentes países que cruzou e utilizou fotografias e textos escritos em diferentes idiomas para convencer as comunidades locais a mudarem seus hábitos.
“É desanimador ver como jogam de tudo no rio, em um trecho nadei entre plásticos, porcos e frangos mortos e todo tipo de resíduos. De Phnom Penh até a foz no Vietnã o rio está muito poluído, mas pelo menos as pessoas se mostraram receptivas e em todos os povoados nos quais parava conheceram meu projeto”, afirmou.
A contaminação deixou marcas em sua saúde e, de beber sem problemas a água do rio nas áreas montanhosas dos primeiros quilômetros, o aventureiro passou a sofrer uma dolorosa urticária no pé no percurso final pelo contato permanente com elementos tóxicos.
“Os últimos 300 quilômetros foram os mais difíceis: pela dor no pé e porque precisava nadar em função das marés. É impossível nadar quando a maré sobe, é preciso aproveitar quando baixa para seguir com a corrente”, explicou Camus.
Embora o tempo da viagem tenha sido de cinco meses e dez dias, a expedição superou os seis meses, já que o ativista passou mais de um mês parado por causa de um problema burocrático em Vientiane, capital do Laos.
“Ia nadando pelo rio, que faz fronteira com a Tailândia, e as autoridades me detiveram e confiscaram meus pertences durante quase um mês. Temiam que fosse um espião ou um traficante. Na primeira semana não me deram nem o cartão de crédito, só tinha um telefone celular e cerca de 20 euros em moeda local”, lembrou o jovem.
“Fui a um albergue vestido com meu traje de neopreno porque também não me deram a roupa e sobrevivi graças à generosidade dos turistas, que me emprestaram roupa e dinheiro”, relembrou.
A ponto de voltar para a França e apesar de todas as cenas desesperadoras que presenciou durante sua viagem, Camus prefere olhar para o futuro com otimismo.

“Na Europa há 30 anos os rios estavam muito contaminados e vimos como foram regenerados. O mesmo pode acontecer na Ásia, mas é preciso educar e conscientizar, por isso é importante chegar às crianças”, opinou.
“O povo que vive do rio Mekong precisa entender que todos somos responsáveis e podemos melhorar as coisas”, concluiu o aventureiro ambientalista.


http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2014/05/05/104975-descendo-o-rio-mekong-para-lutar-contra-a-poluicao.html  
(Fonte: Terra)