O desmatamento para o cultivo de soja e as represas são os culpados
pelas mais recentes inundações que assolam Brasil, Paraguai e Argentina,
com cerca de 700.000 pessoas afetadas, denunciou nesta quarta-feira a
Fundação Vida Silvestre, em Buenos Aires.
“Os desastres naturais registrados no último mês são fruto da
ampliação da fronteira agropecuária, da transformação de florestas em
terra para o monocultivo e da construção de hidrelétricas”, afirmou a
organização em um comunicado.
As cheias dos rios Paraná, Paraguai e Iguaçu deixaram 11 mortos e
cerca de 700.000 afetados, principalmente em áreas ribeirinhas. Nesta
quarta, as águas chegaram à capital paraguaia, Assunção.
Nos últimos anos, nos três países, foi registrado o desmatamento de
milhares de hectares para o cultivo de soja, que se transformou no “ouro
verde” da região.
“O desmatamento das margens de grandes rios e de córregos no Alto
Paraná para o monocultivo, principalmente de soja no Brasil e no
Paraguai, fazem com que a terra perca sua capacidade de absorção e a
água da chuva arraste sedimentos diretamente para os cursos d’água”,
indicou a organização conservacionista.
A esse fenômeno se soma “a existência de várias represas sobre os
cursos d’água, em sua maioria em território brasileiro, que alteram o
regime hídrico dos rios”, segundo a fundação.
04/07/2014 - Mais: Ambiente Brasil
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