segunda-feira, 16 de março de 2015

ÁGUAS SUBTERRÂNEAS SÃO PRINCIPAL FONTE DE ÁGUA DOCE DISPONÍVEL NO MUNDO:

A maioria das pessoas não tem ideia do quanto a água para consumo humano é um bem escasso no mundo. Segundo a Associação Brasileira da Águas Subterrâneas (ABAS), somente 28 litros em cada 1 milhão de litros de água do planeta correspondem a água doce, ou 7 duzias de latinhas de cerveja em uma piscina olimpica de água. Desse total, apenas 0,1 litro, (menos de meio copo) está disponível para consumo imediato, sob a forma de águas superficiais - rios, lagos, represas, açudes. Porém 6,17 litros (ou aproximadamente 17 latinhas de cerveja) encontram-se disponíveis sob a superfície da Terra: são as águas subterrâneas. Um manancial gigantesco de água doce no mundo, que apesar de invisíveis aos nossos olhos, estão presentes todos os dias em nossa vida. "Temos um produto de uso amplo por toda a população, mas que é do desconhecimento da maioria dela, afinal, todos bebemos água mineral", comenta Everton de Oliveira, doutor em Hidrogeologia de Contaminação pela Universidade de Waterloo, no Canadá, e secretário executivo da ABAS.
Exemplo disto é que só no Estado de São Paulo, 80% dos municípios são total ou parcialmente abastecidos por águas subterrâneas. O recurso natural atende a uma população de mais de 5,5 milhões habitantes. Dados que são pouco divulgados para a sociedade. Na maioria das cidades, no País e no mundo todo, o abastecimento público faz uso das águas subterrâneas.



Diante de tal importância, este recurso natural necessita de atenção especial dos órgãos públicos e privados. Trabalhos de preservação, prevenção e recuperação de contaminações em aqüíferos são os únicos meios de garantir a conservação dos recursos hídricos subterrâneos e superficiais, já que eles também são retroalimentados por estas águas. "A água subterrânea tem uma importância muito grande dentro dos recursos hídricos e a prevenção à contaminação e a remediação de locais contaminados devem ser enfatizados", comenta Oliveira.
As interações ambientais e geológicas, que ocorrem debaixo de nossos pés, entre solo, rochas, águas subterrâneas e outros organismos, afetam diretamente o ambiente em que vivemos. Uma contaminação no solo interfere em todo o restante do meio ambiente: polui lençóis freáticos, rios, lagos, e, consequentemente, contamina vegetação e fauna.
Na lista de áreas contaminadas, publicada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), atualizada até novembro de 2008, a maior fonte de contaminação são os postos de combustíveis. Já que entre as áreas contaminadas conhecidas, eles correspondem a 78% do número total de áreas contaminadas, seguidas das atividades industriais, responsáveis por 13% das contaminações. Já são 2514 áreas contaminadas conhecidas, incluindo o seu estágio de gerenciamento, em todo Estado. Os principais contaminantes encontrados são benzeno, tolueno, etilbenzeno e xileno, os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, destacando também a ocorrência de combustíveis em fase livre. Verifica-se também grande número de ocorrência de solventes halogenados, segundo dados da companhia.
Para alertar a sociedade sobre a importância do assunto e reunir especialistas em busca de soluções para gestão e conservação destes recursos, a Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (ABAS) promove em setembro, o I Congresso Internacional de Meio Ambiente Subterrâneo (CIMAS). O evento será realizado entre os dias 15 e 18, do próximo mês, no Centro Fecomércio de Eventos, em São Paulo, Capital.
Entre os conferencistas estarão especialistas internacionais, como John Cherry, da Universidade de Waterloo e de Guelph, no Canadá, um dos mais importantes hidrogeólogos do mundo em estudos sobre a complexidade das contaminações subterrâneas; Holger Weiss, diretor do departamento de remediação de solo e águas subterrâneas do Centro de Pesquisas Ambientais Helmholtz, de Leipzig, na Alemanha; e Robert Cleary, consultor especializado em remediação de águas subterrâneas, da empresa Princeton Groundwater Inc, nos Estados Unidos, pioneiro no Brasil nesta área. Grandes personalidades brasileiras também farão parte da grade de conferencistas do evento. São eles, José Machado, presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), e Washington Novaes, renomado jornalista da área ambiental brasileira.
Segundo Everton, que também é presidente da Comissão Organizadora do evento da ABAS, o congresso tem como principal objetivo colocar em debate, as discussões mais relevantes e atuais sobre o assunto, além de suas futuras implicações. "Este é o primeiro grande evento do país direcionado aos profissionais e empresas envolvidas no setor de meio ambiente subterrâneo. A ideia é proporcionar a troca de informações, além de divulgar o tema com maior clareza para a sociedade", afirma ele.
Os temas de destaque do evento são: Gestão integrada das águas superficiais e subterrâneas no País; Técnicas de investigação e novas tecnologias para remediação de áreas contaminadas; Impactos dos processos industriais no meio ambiente subterrâneo; Responsabilidades, riscos à saúde e sustentabilidade no uso das águas subterrâneas.
Fonte: Portal Tratamento de Água

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