ONU cria fórum para monitorar desenvolvimento sustentável
Novo órgão foi
reivindicação da Rio+20; criação teve apoio do Brasil e da Itália.
A ONU atendeu nesta terça-feira (24) a uma reivindicação da Rio+20 ao criar,
com o apoio do Brasil e da Itália, um fórum de chefes de Estado e governo
destinado a acompanhar, orientar e monitorar iniciativas de desenvolvimento
sustentado.
O chamado Fórum de Alto Nível das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentado se reunirá a cada quatro anos na Assembleia Geral da ONU, com
reuniões em nível ministerial uma vez por ano.
Suas deliberações se traduzirão em declarações governamentais acordadas
pelas partes. A partir de 2016, a instância acompanhará a implementação de
metas de desenvolvimento sustentável pelos países da ONU, com comentários para
cada país.
A Rio+20 discutiu o modelo de desenvolvimento sustentável que os governos
devem buscar a partir de 2015, em substituição às metas básicas de redução da
pobreza e elevação de indicadores sociais contidas nos Objetivos do Milênio -
oito metas estabelecidas pela ONU para serem alcançadas por 191 países membros
até 2015.
"Chegamos a uma síntese entre desenvolvimento, erradicação da pobreza e
preservação do meio-ambiente. Nossa tarefa agora é efetivar os compromissos
assumidos", disse a presidente, durante a inauguração. "O fórum
oferece à comunidade internacional uma nova arquitetura, uma nova governança
capaz de responder aos desafios do desenvolvimento sustentável."
Dilma afirmou que "depois da Rio+20, a palavra desenvolvimento nunca
mais deixará de estar associada ao qualificativo de sustentável".
"Alcançamos consenso em torno do objetivo de construir um modelo de
desenvolvimento que contemple de forma equilibrada as dimensões econômica,
social e ambiental."
Benefícios econômicos
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde
- que esteve no lançamento do Fórum - disse que a economia global precisa
retomar o crescimento, "mas nos trilhos corretos".
"Sabemos que o tipo equivocado de crescimento econômico pode prejudicar
o meio ambiente, e a degradação ambiental pode prejudicar a economia",
disse Lagarde. "Não se enganem: são os países mais pobres que serão
afetados antes e mais fortemente."
Mesmo sem ser uma organização para fins ambientais, disse Lagarde, o FMI
pode ajudar na tarefa de combinar crescimento e desenvolvimento com seus
estudos: por exemplo, trazendo à tona subsídios trilionários ao setor de
energia que "ajudam os que menos precisam". "Estes subsídios,
incluindo subsídios fiscais, consumiram US$ 2 trilhões em 2011 -impressionantes
2,5% do PIB global que podiam ter sido usado de melhor maneira."
Estudos do FMI indicam que uma distribuição mais equilibrada da renda leva a
mais crescimento sustentável e maior estabilidade econômica, citou a
diretora-gerente do Fundo. "É crucial alcançar maior inclusão da vida
econômica, para que todos possamos dividir a prosperidade e realizar seu
potencial."
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