Algo de concreto na mesa de negociações sobre as mudanças climáticas:
um relatório, entregue nesta terça-feira (8) ao secretário-geral da
ONU, Ban Ki-moon, mostra pela primeira vez como 15 dos países mais
poluidores, entre eles a China e os Estados Unidos, podem se
“descarbonizar”, ou seja, reduzir a concentração de carbono de suas
atividades, até 2050.
A comunidade internacional estabeleceu como meta limitar o
aquecimento a 2°C para evitar os efeitos catastróficos das mudanças no
clima, mas “muito poucos países levaram a sério o que isto implica”,
destacou o Projeto de Diretrizes de Descarbonização Profunda (DDPP) em
seu primeiro informe.
Os esforços atuais de redução dos gases de efeito estufa, entre os
quais o dióxido de carbono (CO2) respondem por 76%, são muito marginais.
Para respeitar este teto de 2°C, além do qual há um risco extremo para o
futuro do bem-estar da humanidade, falta uma “transformação profunda
dos sistemas energéticos e de produção, da indústria, da agricultura…”,
insistiu o informe.
Além disso, trinta instituições e grupos de pesquisa de Brasil,
África do Sul, Austrália, Alemanha, Canadá, China, Coreia do Sul,
França, EUA, Índia, Indonésia, Japão, México, Reino Unido e Rússia, que
respondem por mais de 75% das emissões de gases de efeito estufa do
mundo, se revezaram no desafio de responder à seguinte pergunta: o que
falta fazer para em 2050 termos uma chance de estar a caminho da
trajetória de 2ºC, sem emitir mais que 1,6 tonelada de CO2, em média,
por pessoa, contra 5,2 toneladas, hoje?
Esta iniciativa, do Instituto do Desenvolvimento Sustentável (Iddri) e
da Rede de Soluções do Desenvolvimento Sustentável, criada pela ONU,
com vistas a apresentar cenários ambiciosos na mesa, esperando desta
forma erguer o nível das ambições para a conferência do clima, em Paris,
que deve conduzir a um acordo de redução dos gases-estufa envolvendo
todos os países.
10/07/2014 - Mais: Ambiente Brasil
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